Sociedade

Manter hábitos saudáveis é um santo remédio

Ter acesso a informações sobre cuidados com a saúde pode fazer a diferença. Segundo estudo do Ministério da Saúde, quem tem menos estudo tem mais chances de ter hipertensão arterial e diabetes. Juntas, essas duas doenças levam 406 mil brasileiros à morte todos os anos

Quanto mais estudo menor a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como diabetes e hipertensão arterial. A constatação é da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) realizada pelo Ministério da Saúde em 2016. No caso das diabetes, para quem tem 12 anos ou mais de estudo a taxa prevalência é de 4,6%, para quem tem entre 0 e 8 anos de estudo, esse percentual é mais do que o triplo, 16,5%. No que diz respeito à hipertensão, aqueles que estudaram entre 0 e 8 anos a incidência da doença é 41,8%, já para quem tem mais de 12 anos de escolaridade, esse índice cai para 15%.

O estudo demonstra que não só a adoção de um estilo de vida saudável, mas também  o acesso a informações sobre cuidados com a saúde pode fazer a diferença. Informar-se sobre hábitos saudáveis e como se prevenir contra DCNTs também é um santo remédio. Por isso a Brasal Incorporações, empresa que conta com mais de 100 colaboradores em Goiânia levará no próximo dia 24 ao canteiro de obras de um de seus empreendimentos, o  Persona Bueno, uma palestra sobre diabetes e hipertensão arterial, doenças que nos últimos dez anos registram um aumento de 61,8% e 14,2, respectivamente.

Silenciosas

Segundo o médico do trabalho da Brasal Incorporações que vai ministrar a palestra, André de Souza Pinto e Castilho, essas duas doenças têm vários pontos em comum, o primeiro deles é o fato de serem silenciosas, ou seja, elas dificilmente apresentam sintomas. Dessa forma, podem acometer a pessoa por anos, sem que apresente qualquer sinal. A outra semelhança é o fato de serem consideradas crônicas pela literatura médica, portanto não têm cura, mas tratamento.

A palestra faz parte da programação do HiperDia, uma ação da Brasal Incorporações que visa chamar a atenção dos colaboradores para a importância dos cuidados com a saúde, sobretudo com a pressão arterial e o nível de glicose no sangue. Além da palestra, serão realizadas outras ações informativas e exames.

O pedreiro João Viana da Silva, 71 anos, descobriu há 12 anos e por acaso que estava com um quadro de hipertensão. “Eu tive uma gripe e uma febre muito forte, daí fui a um Cais [Centro de Atenção Integrada à Saúde] e o médico falou que minha pressão estava muito alta. Ele disse ‘eu não vou te passar remédio’, então ele me deu o pedido para eu procurar o cardiologista”, conta o operário que trabalha na obra do Persona Bueno da Brasal Incorporações.

Ele conta ao receber a notícia disse ficou preocupado em não conseguir mudar seus hábitos, mas hoje ele diz confiante que consegue levar uma vida normal. “Tomo direitinho meu remédio e sigo os cuidados que o médio passa sobre a alimentação. Evito frituras e o sal exagerado”. Segundo o pedreiro, sua única dificuldade ainda é incluir a prática de exercícios em sua rotina diária. “Não sobra tempo para a atividade física. Além do trabalho, eu faço a ginástica laboral aqui, duas vezes por semana, e a caminhada do dia a dia, o que já ajuda bastante”, afirma João.

Fatores de risco

O médico André de Souza Pinto e Castilho explica que existem fatores de risco que não dependem do grau de escolaridade da pessoa, como a idade por exemplo, mas ele destaca que os aspectos “modificáveis”, estão relacionados com a formação da pessoa. “Se você aprende nos seus estudos e palestras que deve comer menos sal, fazer atividade física ao menos 30 minutos por dia, totalizando 150 minutos por semana, e que precisa manter o peso de maneira razoável, e na medida do possível, evitar o estresse, isto é importante”, acrescenta.

A ausência de sintomas em muitos casos faz dessas duas doenças um grande problema de saúde pública. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão, 300 mil brasileiros morrem por ano em decorrência da doença. Já a diabetes mata 106 mil pessoas anualmente no País, segundo os dados da Organização Mundial da Saúde de 2016. Ainda segundo o documento, a diabetes afeta 16 milhões de pessoas no Brasil, sendo que 24% delas não sabem que têm a doença.

O médico afirma que para a hipertensão, cerca de 50% dos casos diagnosticados inicialmente, os pacientes não sentem nenhum sintoma. “Um certo dia a pessoa descobre que tem pressão alta, e infelizmente já se depara com algumas complicações”, alerta.

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