2º Encontro Goiano de Autismo terá atividade exclusiva para pais
O 2º Encontro Goiano de Autismo chega com novidades em 2017. Depois do sucesso da primeira edição, que contou com a participação maciça de pais e responsáveis por crianças com autismo – e não somente de profissionais das áreas de Saúde e Educação -, os organizadores do evento prepararam workshop exclusivo para as famílias delas. “ABA além da mesinha: agarrando as oportunidades naturais” é o nome da oficina a ser ministrada pela psicóloga Ana Carolina Sella, doutora pela Universidade Federal de São Carlos e pós-doutora em Psicologia Comportamental para Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) pelo Centro Médico de Nebraska (EUA).
“Todo pai e mãe de autista deveriam participar. São nesses encontros que, muitas vezes, conseguimos enxergar uma possibilidade de tratamento, de caminho interessante para os nossos filhos em particular”, destaca o neurologista infantil e neurofisiologista Hélio van der Linden Júnior, um dos organizadores do Encontro e também pai do pequeno Davi, de 7 anos, que está no espectro do autismo.
A psicóloga Leana Bernardes informa ainda que outros temas importantes para pais também serão explorados durante o encontro como “TEA na vida adulta”, moradia independente e legislação sobre os direitos das pessoas com autismo.
“Imaginamos o quão difícil é receber o diagnóstico de que o filho está no espectro autista, mas incentivamos os pais a não desistirem e a seguir em frente. Como profissional, nossa primeira missão é acolher a família para que ela possa ter papel de protagonista no sucesso do tratamento do filho”, acrescenta a neuropsicóloga Raquel Borges Magalhães.
PESQUISAS – Estudos científicos recentes comprovam que iniciativas como o workshop para pais são fundamentais para o desenvolvimento das crianças com autismo. Essa foi a conclusão, por exemplo, do trabalho publicado no final do ano passado pela revista “The Lancet”, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Manchester, do King’s College London e da Universidade de Newcastle.
A pesquisa analisou 152 famílias com crianças autistas de 2 a 4 anos. Uma parte delas recebeu o treinamento proposto de 12 meses, enquanto a outra parte recebeu a terapia convencional. No grupo que recebeu a terapia convencional, 50% das crianças tinham autismo severo no início do tratamento. A porcentagem aumentou para 63% depois de seis anos. Já no grupo beneficiado com o treinamento intensivo para os pais, 55% das crianças tinham autismo severo no início. Seis anos depois, a parcela caiu para 46%.
ENCONTRO – O 2º Encontro Goiano de Autismo é uma realização do neuropediatra Hélio van der Linden Júnior, da psicóloga Leana Bernardes (Instituto Goiano de Análise do Comportamento) e da neuropsicóloga Raquel Borges Magalhães (Centro de Intervenções e Estudos Neuro Comportamentais ). O evento começa na próxima quarta, 5, e se estende até sábado, 8, na Câmara Municipal de Goiânia.
O workshop para pais será realizado na próxima quinta-feira, 6 de abril, das 13 às 17 horas. O valor é de R$ 120 e as inscrições podem ser feitas pelo email encontrogoianodeautismo@gmail.com ou pelo telefone (62) 3223-9896. O valor das inscrições para as conferências é de R$ 150 (pelos dois dias).
CONSCIENTIZAÇÃO – O dia 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, é uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008. Para os organizadores do 2º Encontro Goiano de Autismo, é um dia simbólico para assinalar a importância de as autoridades e os governos fomentarem políticas públicas para auxiliar as famílias nos tratamentos; de intensificar esforços no combate ao preconceito; e de destacar a importância do diagnóstico precoce, entre tantas outras ações.
“Infelizmente existem ainda várias informações que circulam erroneamente devido à falta de conhecimento, o que leva a preconceito e discriminação, além da carência de profissionais especializados. Nós trabalhamos dia a dia para, aos pouquinhos, mudarmos este quadro”, diz a neuropsicóloga Raquel Borges Magalhães.
“Como profissional da área, o estudo e a busca por mais conhecimento são perenes, pois lutamos para levar valiosas informações aos pais e responsáveis de crianças e jovens com autismo para todos possam se desenvolver e ter qualidade de vida”, ressalta a psicóloga Leana Bernardes.
# CURRÍCULO DA PALESTRANTE ANA CAROLINA SELLA
* Psicóloga BCBA-D
* Professora da Universidade Federal de Alagoas
* Doutora pela Universidade Federal de São Carlos
* Pós-doutora em Psicologia Comportamental para Transtornos do Espectro do Autismo pelo Centro Médico de Nebraska (EUA)