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Tuberculose nos ossos, rins e cérebro? Entenda a forma extrapulmonar da doença

A vacina BCG ajuda nas formas mais graves da doença

A tuberculose é uma doença infecciosa, transmitida através do ar, quando uma pessoa infectada tosse, fala ou espirra liberando pequenas partículas de saliva contendo as bactérias mycobacterium tuberculosis.

Embora a forma mais comum e mais conhecida da doença atinja os pulmões, ela também pode afetar outros órgãos e partes do corpo, como os ossos, rins, cérebro, estômago e intestino.

“Essa forma de tuberculose é conhecida como tuberculose extrapulmonar. É rara, e ocorre quando as bactérias se disseminam a partir dos pulmões para outras regiões do corpo por meio da corrente sanguínea ou do sistema linfático”, explica a pneumologista Cláudia Matos de Siqueira Gandini, que atua no Hospital Metropolitano Vale do Aço, em Minas Gerais.

Como a doença afeta esses órgãos?

Tuberculose nos ossos: pode resultar em dor nas costas, deformidades na coluna e até mesmo compressão da medula espinhal em casos mais graves.

Tuberculose nos rins: pode levar a inflamação dos rins, formação de abscessos e danos aos tecidos renais. Os sintomas incluem dor lombar, sangue na urina, micção frequente e febre.

Tuberculose no cérebro (tuberculose meníngea): Essa forma é considerada uma complicação grave. Os sintomas incluem dor de cabeça intensa, rigidez do pescoço, febre, confusão, convulsões e alterações no estado mental.

Segundo o Ministério da Saúde, todos os anos, cerca de 70 mil pessoas adoecem de tuberculose no Brasil. Deste total, 4,5 mil morrem em virtude da infecção.

O diagnóstico da doença fora dos pulmões é mais raro, sendo identificados cerca de 300 por ano.

Apesar de menos comum, o diagnóstico e tratamento da tuberculose extrapulmonar é mais desafiador, pois os sintomas podem ser vagos e variados. Geralmente envolve testes como exames de imagem, culturas de tecido ou líquidos corporais, além de análises laboratoriais.

“O tratamento da doença extrapulmonar é semelhante ao tratamento da tuberculose pulmonar, com a administração de múltiplos medicamentos antituberculose por um período prolongado”, explica a médica.

Prevenção

Neste 1º de julho é Dia da Vacina BCG, única vacina contra a tuberculose. A vacina tem como objetivo estimular o sistema imunológico a reconhecer e combater a bactéria causadora da doença. Ela é mais eficaz na prevenção de formas graves de tuberculose em crianças, especialmente a tuberculose miliar e a meningite tuberculosa.

“A vacina ajuda nas formas graves, mas não impede totalmente a contaminação. Identificar precocemente e iniciar o tratamento adequado é essencial para prevenir a disseminação da doença. Isso envolve a realização de exames de triagem, como o teste cutâneo de tuberculina [PPD] ou exames de sangue específicos como o IGRA, e pesquisa do bacilo no escarro”, acrescenta a pneumologista.

O programa nacional de imunização prevê aplicação da vacina em todos os recém-nascidos.

Por fim, a especialista alerta que é fundamental buscar atendimento médico adequado e seguir as orientações dos profissionais de saúde para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da tuberculose, independentemente da forma em que ela se manifeste.

Comunicação – Hospital Metropolitano Vale do Aço

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