O Voo do Juriti no Basileu
Documentário será apresentado no Itego Basileu França após defesa de tese sobre a importância do Festival Juriti de Música e Poesia Encenada para a cultura goiânia
O Festival Juriti de Música e Poesia Encenada foi criado em 1993 por um grupo de jovens do Setor Crimeia Leste com o objetivo de retomar a convivência comunitária após o fim do campo de futebol de terra do bairro, palco de muita arte com a bola nos pés e de encontros e desencontros da comunidade ao redor de uma arena esportiva periférica de Goiânia (GO).
O que era para ser só um novo espaço de convivência comunitária dos moradores do bairro, com o apoio das leis de incentivo à cultura, cresceu, se desenvolveu, profissionalizou e hoje, em sua 7ª edição, realizada virtualmente em 2021 no Centro Cultural da UFG, devido à pandemia de covid-19, se tornou um instrumento importante para os artistas goianos.
O documentário O Voo do Juriti, do jornalista e Produtor Cultural Carlos Pereira, fruto de um Trabalho de Conclusão do Curso Superior de Produção Cênica do Itego Basileu França, conta esta história, o reencontro da comunidade em um novo espaço de convivência comunitária, a praça no lugar do campo de várzea, e a criação e evolução do Festival Juriti
O documentário, previsto inicialmente para ser uma peça de teatro, foi finalizado em 2021, durante uma das fases mais críticas da pandemia de covid-19, quando morriam cerca 2.000 pessoas em média por dia por causa da doença. O que era para presencial, se transformou, devido às medidas de segurança sanitária que fecharam os teatros, em um produto cultural virtual que sofreu forte influência da pandemia e isso acabou inserido no projeto;
“Vivemos uma situação complicada quando conseguimos mudar o projeto, aprovado na Lei Cultural Municipal da Prefeitura de Goiânia, de presencial para virtual. Dois integrantes do grupo foram contaminados pelo coronavírus, um deles em estado grave e, durante toda a gravação e edição do documentário esteve na UTI entre a vida e a morte, sendo cuidado ainda por um dos atores principais do documentário que, várias vezes, teve que deixar ensaios e gravações para socorrê-lo no hospital. Graças a Deus, sobreviveu e hoje continua a iluminar a cena teatral em Goiás”, lembra Carlos Pereira.
“O documentário inicia-se então mostrando esta situação de feitura de um produto cultural em plena pandemia de covid-19 durante um desgoverno negacionista que não privilegiou as medidas necessárias para conter o avanço da doença como a vacina e o isolamento social, contribuindo assim para o aumento de casos e mortes no Brasil. Depois deste posicionamento, o documentário volta ao bairro e conta a história da resistência crimeiense contra o fim de campo de várzea que culminou na criação e evolução do Festival Juriti de Música e Poesia Encenada”, completa.
O documentário será exibido, com debate sobre o processo de construção do mesmo em plena pandemia, logo após a defesa de tese no Itego Basileu França no Centro de Goiânia a partir das 10 horas desta terça-feira, 3,