Na primeira edição do programa Defensoria Itinerante, realizado pela Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), 456 pessoas receberam atendimento jurídico integral e gratuito em Santo Antônio do Descoberto. Com um índice de pobreza em torno de 50%, a população pode contar com assistência jurídica para resolver casos de divórcio, pensão alimentícia, retificação de registro civil, e outros problemas.
"Estou muito feliz por finalmente ter o nome do meu filho na certidão de nascimento do meu neto", com essa frase a cabeleireira Maria de Lourdes Santos Pereira, 49 anos, sintetizou sua alegria em resolver uma situação familiar que lhe trazia muita tristeza. Ela contou que seu filho foi assassinado há dois anos enquanto sua ex-nota ainda estava grávida do segundo filho do casal. Quando a criança nasceu, o hospital não aceitou registrar o nome do pai falecido e o menino ficou sem o nome do pai e dos avós paternos no documento.
O avô, Carlos Pereira, 45 anos, nunca se conformou com a situação, mas a família nunca pode pagar um advogado para corrigir o documento. Hoje, isso foi possível através do reconhecimento de paternidade feito pelos avós e pela mãe da criança durante acordo realizado pela Defensoria Pública. Além da retificação do registro, a família também regularizou a guarda das duas crianças que moram com os avós. Agora, a mãe, Caroline Alves Ferreria, 24 anos, terá toda liberdade para visitar os filhos e os avós terão a guarda para tratar de questões práticas como matrícula em escola.
"Meu marido nunca se conformou com a falta do nome do nosso filho no registro do nosso neto porque ele não tem o nome do próprio pai em seus documentos. Isso era uma tristeza", explicou a avó.
Nos dois dias de atendimento em Santo Antônio do Descoberto foram realizadas audiências, acordos e petições, além de atendimento no presídio.
