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Declarações polêmicas do deputado Gustavo Gayer geram acusações de hipocrisia e sexismo em relação à educação de sua filha

“Nota boa não pode agora dirigir embriagado e atropelar inocentes pode! Que exemplo de pai”, diz comentário em rede social após deputado afirmar que a filha vai sofrer punição caso saia bem no Enem

Durante uma sessão da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (8), o deputado federal Gustavo Gayer, representante do Partido Liberal (PL) por Goiás, proferiu declarações que geraram indignação e acusações de hipocrisia, bem como misoginia em relação à educação de sua própria filha.

Gayer, em meio a um debate sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), surpreendeu a todos ao afirmar que sua filha “vai sofrer punição” caso obtenha um bom desempenho no Enem. Segundo o deputado, sua filha, uma jovem de 17 anos, participou do exame no último domingo (5), quando os candidatos enfrentaram questões de ciências humanas e linguagens, além de realizarem a temida redação.

A afirmação de Gayer não apenas levantou sobrancelhas, mas também gerou revolta, pois o deputado defendeu que “uma pessoa que se sai bem nessa abominação (Enem) já não é mais um indivíduo, é um avatar ideológico”. Essas palavras deixaram claro seu desprezo pelo exame, que é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil.

O deputado Gayer é conhecido por suas opiniões conservadoras e críticas frequentes à educação pública, o que torna a situação ainda mais intrigante. Enquanto expressa seu ceticismo em relação ao Enem publicamente, sua filha se submete ao exame, aparentemente buscando acesso ao ensino superior.

Manuel Palácios, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela elaboração do Enem, reagiu às declarações de Gayer durante a sessão da Câmara. Palácios enfatizou que o Enem é construído com critérios técnicos e objetivos, destacando que as questões buscam medir a capacidade dos candidatos de interpretar textos e responder às perguntas de acordo com o que é solicitado. Ele ressaltou que a prova não tem como objetivo promover qualquer ideologia, mas sim avaliar o conhecimento e as habilidades dos candidatos.

Além disso, a Câmara dos Deputados está trabalhando para realizar uma audiência pública conjunta com as comissões da Educação, Fiscalização Financeira e Agricultura, a fim de ouvir o ministro da Educação, Camilo Santana, e discutir a polêmica em torno do Enem.

As declarações de Gayer também desencadearam uma enxurrada de comentários nas redes sociais, com muitos questionando sua aparente hipocrisia e seu compromisso com a educação de sua filha. Comentários como “A maior punição dessa garota é ser filha desse homem” e “Ele não odeia universidade pública? O que a filha está fazendo no Enem????????” ecoaram a perplexidade e a crítica à contradição entre as palavras e as ações do deputado. Comentários como “Deus me livre desse macho virar prefeito de Goiânia, a gente não merece esse castigo!!”, também vieram à tona.

A controvérsia em torno das declarações de Gustavo Gayer destaca a sensibilidade do debate educacional no Brasil e a importância de um diálogo construtivo e respeitoso em relação a esse assunto. Afinal, a busca por uma educação de qualidade não deve ser manchada por contradições e preconceitos.

Fonte: Estadão/ Metrópoles/ Comentários de rede social

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