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Censo Revela Diversidade das Comunidades Quilombolas no Brasil

Censo 2022 destaca a presença de 7.666 comunidades quilombolas espalhadas por 8.441 localidades em 25 Unidades da Federação, abrigando uma população total de aproximadamente 1,3 milhão de pessoas.

O Brasil apresenta uma rica diversidade de comunidades quilombolas, conforme revelado pelo Censo de 2022 do IBGE. São 7.666 comunidades distribuídas em 8.441 localidades, abrangendo 1,3 milhão de pessoas e espalhadas por 25 Unidades da Federação. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (19/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

De acordo com o IBGE, algumas comunidades estão presentes em mais de uma localidade, resultando em 775 agrupamentos adicionais além das comunidades individuais.

Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, destaca que o pertencimento às comunidades quilombolas está ligado a questões étnicas, históricas e sociais. Ele explica que, enquanto a localidade representa um aglomerado físico, a comunidade expressa um vínculo étnico e comunitário que transcende a localização geográfica.

Historicamente, muitas comunidades se dispersaram espacialmente como forma de resistência ao racismo e à violência, originando essa diversidade de localidades.

O Censo 2022 marca a primeira vez que os recenseadores coletaram informações específicas sobre pessoas quilombolas, baseando-se na autoidentificação dos entrevistados, independentemente da cor da pele declarada. As comunidades também contribuíram com informações autodeclaradas.

As localidades foram classificadas pelo IBGE como áreas do território nacional onde há um grupo permanente de habitantes quilombolas, com pelo menos 15 pessoas declaradas quilombolas cujos domicílios estão a até 200 metros uns dos outros.

A análise geográfica revela que a maior concentração de localidades quilombolas está no Nordeste, com 5.386, representando 63,81% do total. Em seguida, estão as regiões Sudeste (14,75%) e Norte (14,55%). As regiões Sul (3,60%) e Centro-Oeste (3,29%) completam a lista.

O Maranhão lidera em número de localidades quilombolas, com 2.025, seguido pela Bahia, com 1.814. Apesar de ser segunda em quantidade, a Bahia possui a maior população quilombola do país, com 397 mil pessoas.

Minas Gerais registra 979 localidades, à frente do Pará (959). Apenas Acre e Roraima não têm registros de localidades quilombolas, enquanto o Distrito Federal possui três.

Apenas 15% das localidades (1.200) estão em territórios oficialmente reconhecidos pelo Estado.

Entre os 20 municípios com maior presença quilombola, 11 são do Maranhão. Alcântara/MA lidera com 122 localidades, seguido por Itapecuru Mirim/MA com 121. A única capital no ranking é Macapá, no Amapá, na 14ª posição com 56 registros.

No total, 1.700 municípios brasileiros têm presença quilombola.

O suplemento do Censo divulgado também inclui informações sobre alfabetização e características dos domicílios quilombolas, resultado de um diálogo contínuo entre o IBGE e representantes quilombolas para assegurar a precisão dos dados.

“Acreditamos que este trabalho inaugurará um novo conjunto de estudos, debates e reflexões sobre a organização espacial que tanto revela a diversidade territorial do Brasil”, concluiu Fernando Damasco.

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