Brasil Sob Onda de Mudanças: Avanços e Desafios na Liberdade de Imprensa
O Brasil ascende dez posições no ranking mundial da liberdade de imprensa, indicando melhorias significativas sob novos horizontes políticos. No entanto, desafios estruturais persistem, enquanto a concentração midiática e a violência contra jornalistas permanecem como preocupações cruciais, refletindo um cenário global de ameaças à liberdade de imprensa.

O recente relatório divulgado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) trouxe à tona uma série de mudanças significativas no cenário da liberdade de imprensa, destacando tanto os avanços quanto os desafios que o Brasil e outros países enfrentam nesse campo vital para a democracia.
No contexto brasileiro, a notícia mais marcante é o avanço de dez posições no ranking mundial da liberdade de imprensa, saindo da 92ª para a 82ª posição entre 180 países avaliados. Esse progresso é atribuído principalmente à mudança de liderança política, com a saída de Jair Bolsonaro e a volta ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, que trouxe consigo uma promessa de melhora nas condições para a prática jornalística.
No entanto, os desafios persistem. O relatório destaca problemas estruturais no ambiente midiático brasileiro, como a precarização do trabalho jornalístico, a vulnerabilidade das empresas de comunicação a pressões econômicas e a concentração da mídia, que pode comprometer a pluralidade de vozes na imprensa.
A segurança dos jornalistas também é uma preocupação crucial. O Brasil é o segundo país da América Latina com o maior número de profissionais de imprensa mortos na última década, o que reflete um ambiente de hostilidade e violência enfrentado pela categoria.
Além dos desafios locais, o relatório destaca uma tendência global preocupante. Em muitos países, inclusive aqueles historicamente bem posicionados no ranking, como a Costa Rica, Uruguai e Argentina, a liberdade de imprensa tem sido ameaçada pelo uso crescente da desinformação e da propaganda, muitas vezes acompanhado de violência online contra jornalistas e meios de comunicação.
Nos países com piores colocações no ranking, governos autoritários continuam justificando abusos contra a imprensa em nome da polarização e da segurança nacional. Isso reflete uma erosão generalizada dos valores democráticos e dos direitos humanos fundamentais em escala global.
Diante desse panorama complexo, a RSF reforça a importância de proteger e fortalecer a liberdade de imprensa como um pilar essencial da democracia. A conscientização, o engajamento da sociedade civil e o comprometimento das autoridades são fundamentais para garantir um ambiente favorável ao exercício pleno do jornalismo e à defesa da verdade e da transparência em todo o mundo.