A tentativa de Wilder Morais, presidente do PL goiano, de alavancar seus candidatos à prefeitura das três maiores cidades do estado com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem se mostrado um esforço fútil. Em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis, as aparições de Bolsonaro não surtiram o efeito esperado, e o PL corre o risco de sair desta eleição menor do que entrou.
Em Goiânia, Fred Rodrigues, quarto colocado nas pesquisas, tem uma candidatura fraca, e mesmo em um cenário onde o bolsonarismo tem uma base considerável, não conseguiu absorver a força da extrema-direita. Bolsonaro participou de uma carreata na capital, mas a falta de conexão de Fred com o núcleo mais duro dos bolsonaristas limitou o impacto. A tentativa de Wilder Morais de usar a imagem do ex-presidente como um triunfo foi, segundo especialistas, inócua. Não há expectativa de mudança significativa no cenário goianiense, o que só reforça a fragilidade do PL na capital.
A situação em Aparecida de Goiânia também é preocupante. O candidato professor Alcides que começou a campanha já sob o peso de escândalos e denúncias, viu seu desempenho despencar ao longo da disputa. Com Bolsonaro no palanque, esperava-se um respiro para sua candidatura. Contudo, os eleitores evangélicos, pilar da base bolsonarista, não aderiram ao candidato do PL. Enquanto isso, Leandro Vilela (MDB) avança com força, consolidando-se como favorito. Aqui, a presença de Bolsonaro pareceu mais um sinal de desespero do que uma estratégia eficaz.
Em Anápolis, onde o cenário é mais polarizado, o candidato Márcio Correia (PL) tenta se firmar como representante da direita contra o PT. No entanto, mesmo com a aparição de Bolsonaro, a visita não foi capaz de trazer o ímpeto necessário para mudar os rumos da campanha de forma decisiva. A batalha entre Correia e Antônio Gomide continua, mas sem indícios de uma virada significativa para o lado bolsonarista.
O saldo da visita de Jair Bolsonaro é claro: sua presença, ao invés de fortalecer os candidatos do PL, expôs a falta de energia e organização da legenda. Wilder Morais, que esperava revitalizar o partido, sairá das eleições marcado como o presidente que perdeu espaço em muitas cidades estratégicas. O clima de derrota prevalece, e nem mesmo Bolsonaro foi capaz de revertê-lo.