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26ª fase da Lava Jato investiga propinas pagas da Arena Corinthians à Petrobras

A 26ª fase da Lava Jato, denominada de Operação Xepa, investiga propinas pagas em dinheiro pela Odebrecht dentro do Brasil e que envolve várias obras, que vão da Arena Corinthians à Petrobras. Os investigadores disseram ainda que não têm dúvida que o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, participou ativamente das propinas.

Em entrevista coletiva, não foi dito porém quem recebeu a propina e o valor total envolvido.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a partir do material apreendido na 23ª fase – Operação Acarajé -, que prendeu o marqueteiro do PT João Santana, foram descobertas planilhas de controle dos pagamentos de propina da Odebrecht. A empreiteira pagou pelo menos US$ 3 milhões em conta secreta do marqueteiro na Suíça.

Durante a entrevista coletiva, os promotores detalharam algumas das planilhas com os codinomes, valores, assim como os locais onde as propinas eram entregues. Foi dito que havia uma “contabilidade paralela”.

“Nós temos diversas diretorias [da empresa] envolvidas, não apenas a Petrobras. Óleo e gás, ambiental, infraestrutura, estádio de futebol, canal do sertão e diversas outras obras e áreas da Odebrecht que estão sendo investigadas hoje pelo pagamento de propina. Na medida do possível, o juiz Sergio Moro baixará o sigilo, os fatos ficarão mais claros”, disse o procurador do Ministério Público Federal, Carlos Fernando Santos de Lima.

Em seguida, Lima completou e disse que se trata da Arena Corinthians, estádio construído pela empreiteira e que foi usado para a Copa do Mundo de 2014.

“Em relação aos estádios da Copa, temos indicativos de outras fases, inclusive de delações que estão em andamento, a produção dos procedimentos. Nesta fase, foram identificados pagamentos a uma diretoria [da Odebrecht] que cuida especificamente da Arena Corinthians”, afirmou. “Mas não temos clareza de toda a movimentação.”

Procurada pela reportagem, o Corinthians, via sua assessoria, ainda não tem um posicionamento oficial.

PARTICIPAÇÃO DE MARCELO ODEBRECHT

A procuradora da República Laura Tessler afirmou que as descobertas mostraram uma “estrutura profissional de pagamento de propinas na Odebrecht”.
Segundo ela, a participação de Marcelo Odebrecht, que está preso desde junho do ano passado, é clara.

“Há referências das iniciais de Marcelo Odebrecht, tanto de MPO quando de DP, diretor presidente. (…) além da referência existentes nessas tabelas, as anotações constantes de celulares também se compatibilizam com o que consta dessas tabelas.”

NOVA OPERAÇÃO

A Xepa, com 110 mandados judiciais, foi realizada nessa terça-feira em 8 Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Piauí, Pernambuco e Minas Gerais) e mais Brasília, onde a polícia foi até um hotel onde moram políticos e fica perto da Esplanada.

A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga uma “estrutura secreta” do Grupo Odebrecht usada para “pagamentos ilícitos”.

Segundo o Ministério Público Federal, os “pagamentos ilícitos” teriam ocorrido até pelo menos o segundo semestre de 2015. São investigados, de acordo com a Procuradoria, possíveis crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de ativos oriundos de desvios da Petrobras, cometidos por empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados ao Grupo Odebrecht.

“Além disso, para viabilizar a comunicação secreta entre executivos, funcionários da Odebrecht e doleiros responsáveis por movimentar os recursos espúrios, utilizava-se outro programa, em que todos se comunicavam por meio de codinomes. A partir da análise de e-mails e planilhas apreendidas, apurou-se que pelo menos 14 executivos de outros setores do Grupo Odebrecht, que demandavam “pagamentos paralelos”, encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios ficassem centralizados nesta estrutura específica”, afirmou a força-tarefa.

Os investigadores sustentam que o material abre uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas.

“Em decorrência das buscas e apreensões e de outras diligências realizadas após a deflagração da 23ª fase da Operação Lava Jato, colheram-se indícios de que foi instalado dentro da estrutura do Grupo Odebrecht um setor profissionalmente organizado que era utilizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela Odebrecht, chamado ‘setor de operações estruturadas'”, diz a nota da força-tarefa.

Segundo os procuradores, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht tinha conhecimento e dava anuência para os pagamentos ilícitos.
“A partir das planilhas obtidas e das anotações contidas no celular de Marcelo Odebrecht, obtiveram-se mais evidências contundentes de que este, então presidente da Organização Odebrecht, não apenas tinha conhecimento e anuía com os pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas vantagens indevidas, como, por exemplo, as vantagens indevidas repassadas aos publicitários e também investigados Monica Moura e João Santana”, apontou a nota. (Fonte UOL)

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