Caiado reaquece mineração em Goiás; 14 mineradoras devem investir R$ 8,8 bilhões
O governador Ronaldo Caiado (DEM) assinou na segunda-feira, 25, um protocolo de intenções com mineradoras que pode alavancar investimentos de R$ 8,8 bilhões em nove cidades goianas – Alto Horizonte, Barro Alto, Crixás, Catalão, Pilar de Goiás, Nova Roma, Montes Claros de Goiás, Minaçu e Mara Rosa.
O evento online foi tão significativo que vários representantes dos países investidores participaram. É o caso do embaixador Carlo Krieger e do adido econômico e comercial Felipe Diniz (Luxemburgo); embaixadores Patrick Herman (Bélgica), Timothy Kane (Austrália), o segundo secretário Anton Gorbach (Belarus); a gerente de Desenvolvimento de Negócios Nathalia Gomide (Reino Unido); o assessor de Política Econômica Marcos Paulo Britto (Canadá).
Paralisado na gestão passada, o segmento da mineração é essencial para Goiás produzir riquezas e empregos. O Estado é o terceiro na arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem).
Desde as ações pioneiras do ex-governador Mauro Borges, em sua curta gestão de 1961 a 1963, o Estado não passa por esta ebulição econômica na área. Até 2018, a reclamação maior era a burocracia e empecilhos criados para o empresário que deseja desenvolver a área.
A explicação para isso é simples: desde o fim da Metais Goiás S/A (Metago), o poder público perdeu a autoridade para discutir mineração. Em vez de facilitar negócios, todavia, dificultou, acusam empresários da área.
Mauro Borges foi responsável por criar a Metago, empresa de mineração que ajudou a iniciar a “nova era” do ouro em Goiás. “Com as mudanças na orientação da política econômica brasileira na década de 1990, no contexto das políticas neoliberais, as atividades da Metago foram encerradas em 1999 pelo então Governador Marconi Perillo (1999-2002). Os ativos da empresa pública ainda estão em processo de liquidação”, diz os pesquisadores Edgar Oliveira e Leandro de Lima.
Sem a Metago para pesquisar e dinamizar a economia goiana restou à iniciativa privada liderar o segmento. Acontece que na última década a falta de perspectiva fez com que o segmento não avançasse, deixando Goiás de conquistar posições no ranking dos grandes produtores.
A crise da década passada culminou em 2016 com a suspensão de atividades em Niquelândia, por conta da Votorantim Metais.
Caiado pretende reformular a relação do Estado com as empresas e desburocratizar o que for possível, além de cobrar investimentos nas cidades. O foco é a geração de empregos e índice de desenvolvimento para os municípios.
Por videoconferência na segunda-feira (25/01), o governador assinou protocolo de intenções. A previsão de gerar até 6 mil empregos nos próximos anos, por meio da ampliação ou início de atividades extrativas minerais no Estado, agradou o governador.
“Goiás é um Estado que tem um subsolo rico, com vários minerais e, com isso, vocês poderão nos auxiliar muito aqui, desenvolvendo essas regiões mais carentes”, disse Caiado aos diversos empresários do segmento presentes no encontro online. “O interessante é que a distribuição e a planta mineral de Goiás às vezes estão em regiões onde o terreno é mais inóspito para a agropecuária, dando essa alternativa às populações que lá vivem”, completou.
O Governo de Goiás também firmou parceria com a Universidade Federal de Catalão para empréstimo da planta piloto e laboratório cerâmico pertencente ao governo para uso dos estudantes de Engenharia de Minas da universidade.
Desenvolvimento
Alexandre Vidigal de Oliveira, representante do Ministério de Minas e Energia (MME), diz que a atividade pode trazer muito desenvolvimento ao país. “Nós, do governo federal, estaremos sempre disponíveis e muito atentos a todos esses passos dados no avanço da mineração. Estamos disponíveis para trabalhar juntos, vencer as barreiras e desafios, e também para qualquer compartilhamento que seja necessário. O ideal é que essas boas experiências se difundam em todo país”, defendeu.
Secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andrea Vulcanis diz que os regimes de outorga e licenciamento ambiental estão aptos a facilitar a produtividade sem abrir mão da legalidade: “Tivemos um incremento, só em 2020, em número de licenças em relação aos anos anteriores na base de 1.100% de ampliação da quantidade de licenciamento ambiental sem nenhum servidor a mais no quadro. Isso tudo diz respeito a um esforço enorme que realizamos de modernização, de instrumentalização, ferramentas de tecnologia da informação, que nos permitem avançar”.