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Prisioneiros do abandono

Um projeto que surge como uma solução fácil que ignora o verdadeiro problema

Os desafios relacionados aos animais em situação de rua são inegáveis. Cidades de todo o Brasil enfrentam dificuldades para lidar com o abandono, os maus-tratos e a proliferação descontrolada de cães e gatos. Contudo, quando se busca uma solução, ela precisa ser efetiva, humana e planejada. O que não se pode admitir é transformar as penitenciárias em verdadeiros depósitos de animais, como sugere a nova proposta de um deputado goiano.

Lucas Calil (MDB), é dono da ideia, que pretende criar canis e gatis dentro de presídios para abrigar animais sob os cuidados dos detentos. É uma solução simplista para um problema complexo. De forma quase ingênua, a proposta defende que os presidiários possam “reeducar-se” por meio do contato com esses animais, e que, em troca, os bichos receberiam abrigo, comida e carinho. No papel, pode parecer uma solução inovadora, mas, na prática, esconde problemas graves e negligência aspectos essenciais da proteção animal. Animais não são objetos para serem “jogados” em prisões.

O combate ao abandono animal deve passar por soluções reais: programas de castração acessíveis, campanhas de adoção, punições rígidas para maus-tratos e educação sobre posse responsável. O que se vê aqui é uma política de atalho, que tenta dar uma aparência de resolução sem tocar no cerne do problema.

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