A Justiça Eleitoral recebeu denúncia de que a atual primeira-dama de Aparecida de Goiânia, Sulnara Santana, mulher do prefeito Vilmar Mariano, teria feito ameaças de exonerar servidores, caso os trabalhadores nomeados na prefeitura não declarassem apoio ao candidato Professor Alcides (PL). Uma ação de investigação judicial eleitoral por abuso de poder político e econômico foi proposta contra Alcides e também contra o prefeito.
De acordo com informações da coluna Giro, do jornal O Popular, Sulnara foi gravada em áudio dizendo que ocupantes de cargos, de chefe para cima, que não apoiassem Alcides seriam exonerados. “Eu preciso que a máquina trabalhe para o Professor”, teria dito Sulnara em um dos trechos da gravação levada à justiça.
Sucessor do ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB), de quem era vice, Vilmar Mariano, depois que viu frustrada sua tentativa de concorrer à reeleição, sobretudo pelo baixo apelo eleitoral, resolveu se aliar a Alcides, até então um crítico ferrenho da gestão de Vilmarzinho.
Logo em seguida, ainda motivado pela frustração de não ter o nome viabilizado para disputar a reeleição, o prefeito iniciou uma verdadeira ‘caças às bruxas’, promovendo demissões de servidores ligados à gestão anterior, numa clara demonstração de retaliação ao grupo político de Mendanha e Leandro Vilela, candidato do MDB. Foram mais de 250 exonerações entre junho e julho, além de 680 alterações de cargos comissionados entre junho e agosto.
Na ação, a coligação Para Aparecida Seguir Avançando, liderada por Leandro Vilela, pede, além da apuração de abuso de poder político e econômico praticado por Professor Alcides, que seja decretada a cassação do mandato do prefeito Vilmar Mariano, além da sua inelegibilidade por oito anos.
Abuso de poder
De acordo com a legislação, o abuso de poder econômico – em matéria eleitoral – se refere à utilização excessiva, antes ou durante a campanha eleitoral, de recursos materiais ou humanos que representem valor econômico, buscando beneficiar candidato, partido ou coligação, afetando assim a normalidade e a legitimidade das eleições.
Enquanto isso, o abuso do poder político ocorre nas situações em que o detentor do poder se vale de sua posição para agir de modo a influenciar o eleitor. Trata-se de um ato de autoridade exercido em detrimento da liberdade do voto.