
A decisão do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, de retirar os camelôs das ruas dos centros comerciais da cidade, como a movimentada Região da 44, gerou debates acalorados. No entanto, é inegável que a medida visa corrigir uma distorção histórica: a concorrência desleal que penaliza quem paga impostos, gera empregos e mantém a cidade funcionando.
Atualmente, os lojistas do comércio formal enfrentam uma realidade dura. Além do aluguel, precisam arcar com impostos, energia elétrica, água, segurança e a folha de pagamento dos funcionários. Enquanto isso, vendedores ambulantes montam suas bancas na porta das lojas e das tradicionais barracas da Feira Hippie sem qualquer custo ou regulamentação. Essa desigualdade compromete o equilíbrio econômico e gera descontentamento entre aqueles que investem no setor produtivo da cidade.
A decisão de Mabel não é uma simples retirada de camelôs, mas uma reorganização do espaço público para que todos possam competir em condições mais justas. Para isso, a prefeitura propõe uma solução viável: realocar os ambulantes para galerias e lojas desocupadas, onde pagarão, ao menos, o condomínio. Esse modelo já se mostrou eficaz em outras capitais, promovendo a inclusão desses trabalhadores na economia formal e garantindo mais dignidade e segurança para todos.
Os centros comerciais de Goiânia são polos estratégicos de desenvolvimento. O avanço descontrolado do comércio informal não só prejudica lojistas, mas também compromete a mobilidade urbana, a segurança e a estética da cidade. Além disso, a ausência de fiscalização abre brechas para a venda de produtos sem procedência, o que pode prejudicar a arrecadação municipal e, consequentemente, os investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Goiânia precisa evoluir e equilibrar os interesses de todos. O comércio informal tem seu valor, mas deve ser regulado e inserido dentro de um modelo que não penalize quem já cumpre suas obrigações legais. A decisão do prefeito Sandro Mabel pode ser impopular para alguns, mas a longo prazo trará benefícios para toda a cidade. Afinal, uma economia sólida e justa se constrói com regras claras e oportunidades iguais para todos os empreendedores.