Bastidores

Papa Francisco desafia limitações de saúde e embarca na maior viagem de seu papado

Mesmo enfrentando problemas de mobilidade e saúde, o Papa Francisco surpreende ao realizar a mais longa viagem internacional de seu pontificado, visitando países da Ásia onde os católicos são minoria

Com quase 88 anos e lidando com uma série de problemas de saúde, incluindo uma doença no joelho que afeta sua mobilidade e complicações abdominais devido à diverticulite, o Papa Francisco segue desafiando as expectativas. Após uma série de especulações sobre sua capacidade de manter uma agenda internacional intensa, o líder da Igreja Católica embarcou recentemente na maior viagem de seu papado, que já dura mais de 11 anos.

A viagem, que inclui visitas a três países asiáticos – Indonésia, Papua Nova Guiné e Cingapura – além de uma passagem por Timor-Leste, representa uma maratona de compromissos em regiões onde os católicos constituem uma minoria. Mesmo com todas as dificuldades físicas, o Papa demonstra uma energia e paixão que surpreendem até seus seguidores mais próximos.

No ano passado, o Papa deu declarações que sugeriam uma diminuição em suas atividades internacionais devido a problemas de saúde. A mobilidade reduzida por conta de sua doença no joelho e a diverticulite, que já o levou a cirurgias abdominais, foram apontadas como fatores limitantes. Ele chegou a cancelar uma viagem planejada para os Emirados Árabes Unidos, aumentando as especulações sobre sua capacidade de continuar participando de eventos internacionais.

Entretanto, como tantas vezes já demonstrou, o Papa Francisco continua a desafiar expectativas. Segundo seus colaboradores e apoiadores, o que o move é uma profunda dedicação à missão evangelizadora. O padre Anthony Chantry, diretor da Missio, instituição de caridade missionária do Vaticano, recentemente nomeado para o departamento de evangelização da administração papal, destaca que Francisco não tem apenas resistência física, mas uma determinação espiritual que o impulsiona a continuar.

“Ele sempre fala sobre a importância de alcançarmos o outro, seja católico ou não. Sua missão incansável é fazer com que todos se sintam incluídos e acolhidos”, disse Chantry. Para ele, a viagem papal é mais um exemplo de como Francisco vê a Igreja: um instrumento de aproximação entre os povos, sem distinção de religião ou nacionalidade.

Essa abordagem, marca registrada do pontificado de Francisco, é reforçada pela escolha dos destinos dessa viagem. Indonésia, Papua Nova Guiné e Cingapura, países predominantemente não católicos, representam o compromisso do Papa em dialogar com diferentes culturas e religiões. Ele já havia demonstrado esse mesmo impulso ao visitar o Oriente Médio e regiões de maioria muçulmana e hinduísta em viagens anteriores. A missão, segundo seus apoiadores, é levar a mensagem de que a Igreja Católica está aberta ao diálogo e ao entendimento mútuo, independentemente das crenças.

O desafio físico que essas viagens impõem ao Papa Francisco não é pequeno. No passado, ele já admitiu que o cansaço e as dificuldades causadas por suas condições médicas pesavam em sua decisão de reduzir as viagens. Além da doença no joelho e da diverticulite, ele ainda sofre com problemas respiratórios decorrentes da remoção de parte de um pulmão quando jovem.

Apesar dessas limitações, Francisco demonstra uma capacidade surpreendente de resistir ao desgaste físico. “Ele tem uma força interior extraordinária, alimentada por sua fé e paixão pela missão da Igreja”, afirma o padre Chantry. “Ele não está tentando impressionar ninguém, simplesmente acredita que tem uma responsabilidade com o mundo.”

Essa viagem prolongada e cheia de compromissos reforça a imagem de um Papa que, mesmo às portas dos 90 anos, não se afasta de sua missão de aproximar a Igreja dos mais distantes. Francisco parece determinado a fazer cada momento valer a pena, seja com católicos ou com outras comunidades religiosas, reafirmando seu compromisso com o diálogo inter-religioso e a inclusão.

O legado que ele constrói, portanto, vai muito além dos desafios físicos que enfrenta. Sua presença constante em eventos globais e a escolha de destinos muitas vezes fora do eixo tradicional das visitas papais são uma prova de que ele vê a Igreja como uma instituição que deve estar presente onde é mais necessária, mesmo que o preço seja alto para sua própria saúde.

 

*Com informações de Misto Brasil

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