Tecnologia

Além do agronegócio, Goiás pode exportar também  serviços de Tecnologia da Informação

O relatório mais recente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), mostra crescimento nas exportações goianas em geral,  passando de 231 para 393 empresas exportadoras entre os anos de 2009 e 2019, com uma presença massiva nos commodities como grãos e carnes. As exportações dos goianos cresceram 24% de janeiro a agosto desse ano, na comparação com os mesmos meses do ano passado.

O desafio é ampliar a participação dos goianos na exportação em outros mercados, como o de Tecnologia da Informação (TI).  Players do setor estimam que, no Estado, existem cerca 1500 empresas que oferecem soluções na área. A Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) informa que o Centro-Oeste corresponde a (10,8%) desse mercado no Brasil, que está entre os 10 no mundo que mais investem em inovações.

Para impulsionar o crescimento do setor, a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação de Goiás (Assespro-GO e a Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro, promoverão  um workshop do programa Brasil IT+ para 20 empresas, nos dias 23 e 24 de setembro. O objetivo é que elas se sensibilizem para o mercado internacional e se preparem para avançar além das fronteiras.  O objetivo é orientar, desenvolver, organizar e captar investimentos para empresas com interesse em expansão internacional.

Para o presidente Assespro-GO, Deybson Santana Cipriano, existe uma grande demanda por serviços e TI e os goianos têm plena capacidade de expandir para o mercado exterior, mas alerta que é preciso se preparar para encarar a concorrência internacional. “Mais que vislumbrar o mercado estadunidense ou asiático, as empresas de tecnologia da informação precisam ficar atentas também aos países vizinhos. Temos aqui mesmo na América do Sul, nações carente de produtos que ofereçam soluções nessa área. Um exemplo é o Paraguai, que tem demandado muitas empresas brasileiras”, pontua ele.

Um exemplo de empresa de DNA goiano que conquistou o mercado internacional é a Griaule, que se tornou líder global em biometria que já exportou a tecnologia – 100% nacional – para 80 países, assinando contrato inclusive com o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos EUA, para realizar a biometria de 85 milhões de cidadãos do Iraque e Afeganistão.  No Brasil, a empresa é responsável pelo sistema de biometria da Caixa Econômica Federal e do  Tribunal Superior Eleitoral.

O novo cenário de 2020, com a pandemia da Covid-19, foi outro impulsionador do setor de TI, que sentiu  a alta demanda de serviços, observa Deybson.  Exemplo disso é a pesquisa de junho de 2020 da Beagle Research Group, que fez um levantamento com empresas norte-americanas. Nela os gestores afirmaram que seus sistemas de tecnologia são inadequados, principalmente no que se refere  a produtividade dos funcionários no trabalho remoto e na comunicação com seus clientes, além de falta de conexão entre os diversos sistemas internos que não interagem entre si.

Para o vice-presidente de Relações Internacionais da Assespro-GO, Marcos Bernardo, o momento está favorável, principalmente por conta da baixa taxa de juros que favorece o cenário econômico de uma maneira geral: “Temos a oportunidade em Goiás de criar um grupo de empresas de classe internacional”.

Segundo a Softex, existem no Brasil 75 mil empresas de TI que produzem de software a hardware, sendo que 190 delas já estão no Brasil IT+. Em 2019, as 191 empresas integrantes do Projeto Setorial Brasil IT+, colaboraram com a expressiva quantia de  681 milhões de dólares em exportação de Software e Serviços. Esse valor representa 32% do total exportado pelo setor.

O programa oferece, ao longo de seis meses,  mecanismos de acessar o mercado internacional criando uma agenda que inclui a preparação de uma inteligência de mercado, soluções B2B e Go To Market , além da promoção comercial. “As empresas precisam entender algumas particularidades do mercado internacional, como por exemplo a necessidade de atender a um ecossistema único”, explicou Guilherme Amorim,  gestor de internacionalização e inteligência na Softex ao lembrar que, diferente do Brasil que prioriza a variedade de produtos, no mercado internacional, empresas se especializam em segmentação e alta qualidade.

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