Caiado: ‘Meta’ do governo de Goiás não pode ser atender a interesses político-partidários de Marconi
O senador Ronaldo Caiado (Democratas-GO) voltou a fazer duras críticas à frase proferida pelo governador Marconi Perillo sobre sua "meta" para o governo goiano de chegar a 100 prefeitos filiados a seu partido no 1º semestre de 2017.
Caiado trouxe em discurso na tribuna do Senado nesta quinta-feira (16/03) a exata fala do governador para mostrar o quadro de chantagem e pressão criado com a máquina estatal para que prefeitos se submetam à filiação em seu partido.
"Quero novamente chamar a atenção para a gravidade do que foi dito pelo governador. Às aspas: 'Eu não desisti da meta de chegar rapidamente no primeiro semestre aos 100 prefeitos. Insisto que temos uma meta de chegar aos 100 prefeitos pois isso vai ser importante para nosso projeto de 2018'. Não é possível que o partido do governador se ache no direito de, com o dinheiro que recebeu da Celg, tentar comprar prefeitos para se perpetuar no poder", protestou Caiado.
O democrata lembrou da recente negociação para a venda da Celg no valor de R$ 1,1 bilhão para relacionar o montante gerado com a estratégia de achaque aos mandatários municipais que não pertencem à legenda do governador.
"É uma clara vinculação de obras, convênios e o dinheiro do estado com uma posição político-partidária. Um desrespeito à soberania do voto popular que escolheu na maioria dos municípios goianos não caminhar com o governador. É fundamental que as pessoas tenham em Goiás a independência de votar e ver seu voto respeitado, seja de qual partido for. Do contrário é uma ditadura, uma imposição", afirmou.
Para Caiado, a consequência da frase dita pelo governador deveria motivar o Ministério Público de Goiás a buscar informações sobre as reais pretensões de Marconi.
"Onde está o Ministério Público de Goiás? Estamos propondo um debate em cima desta frase do governador proferida em todos os meios de comunicação e que provocou insegurança em todo o estado. É isso que o povo goiano quer? É essa a 'meta' que o povo goiano quer que seu governo assuma como principal objetivo?", questionou.
"Imagem arranhada"
Ronaldo Caiado também lembrou que a atual vinculação de candidatos a prefeito com a imagem do governador Marconi Perillo prejudicou campanhas em todo o estado em 2016. Para exemplificar, ele lembrou do 2º turno das eleições em Goiânia.
"Vejam o grau de desgaste do atual governador. Tínhamos no 2º turno dois candidatos. Vanderlan Cardoso apresentava uma curva de crescimento. No momento em que Marconi anunciou seu apoio ao candidato ele se desintegrou. A população de Goiânia não quis votar no candidato apoiado por ele como não quis a maioria dos municípios", disse Caiado.