A partir da próxima sexta-feira (30), candidatos às prefeituras e Câmaras Municipais poderão veicular peças publicitárias de suas campanhas em bloco no horário de propaganda eleitoral gratuito e terão direito a inserções diárias na programação de emissoras de rádio e televisão aberta.
O pontapé para a campanha nos meios tradicionais de comunicação representa um marco no processo eleitoral. Ele começa a 37 dias do primeiro turno (marcado para 6 de outubro) e vai até 3 dias antes do pleito (ou seja, 3 de outubro). É o momento em que especialistas costumam dizer que a eleição de fato entra na percepção da população.
Trata-se de momento muito valorizado pela coordenação das campanhas, dado o potencial de distribuição de conteúdo aos eleitores que os meios de comunicação de massa oferecem.
Pela regra, o horário eleitoral gratuito será veiculado de segunda a sábado, com 20 minutos diários em rede (divididos em dois blocos de 10 minutos) no rádio e na TV. Além disso, serão destinados 70 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5 horas e meia-noite.
Do tempo total, 10% são distribuídos igualitariamente e 90%, de maneira proporcional ao número de deputados federais eleitos pelas agremiações em 2022. No caso de coligações para a eleição majoritária, será considerado o resultado da soma do número de representantes das seis maiores legendas que as integram. Já para as federações, é levado em conta o número de representantes de todos os seus partidos.
A importância dada ao tempo de televisão em muitos casos explica o empenho das candidaturas em buscar alianças em pleitos majoritários, com coligações que podem garantir posição privilegiada nos meios tradicionais.
Embora especialistas concordem que rádio e televisão já foram mais poderosos em campanhas eleitorais no passado e hoje dividem espaço com as redes sociais, os meios analógicos mantém papel de destaque no processo eleitoral.
O tempo de exposição nos meios analógicos pode ajudar a tornar candidatos conhecidos e na construção de imagem junto ao eleitorado. Também é uma oportunidade para a apresentação de propostas e desconstrução de adversários.
“[O horário de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão] É um evento importante da campanha, pois a partir daí a eleição entra definitivamente na agenda. O peso da TV, porém, não é o mesmo do passado, já que seu protagonismo é dividido com as redes sociais”, observam os analistas da consultoria política Arko Advice em relatório distribuído a clientes.
“Entretanto, a televisão ainda é um instrumento de campanha estratégico, já que não são todos os candidatos que possuem redes sociais estruturadas, com estratégia bem concebida e forte engajamento”, pontuam os especialistas.