Mega-Sena da Virada: O que você faria com R$ 300 milhões?
Ganhar o prêmio sorteado pelo concurso é o sonho de muitos brasileiros, mas nem todos sabem de fato o que fazer com o prêmio, que pode ter fim, sim. Especialistas orientam sobre como investir os milhões conquistados e continuar rico
Ganhar uma grande fortuna na loteria faz parte dos sonhos de boa parte da população. Mas e você, já parou para pensar sobre o que faria com um prêmio multimilionário? Para os sonhos não há limites: viajar pelo mundo, comprar aviões, embarcações, joias, carros esportivos e muito mais… Sim, isso tudo é possível. Mas também é possível gastar tudo e depois ficar sem recursos para manter o estilo de vida adquirido com a riqueza, por isso, especialistas orientam que o primeiro passo a dar é elaborar um plano de investimentos, que pode contemplar a parte do “torra”, ou seja, para a realização dos desejos.
Um ou mais felizardos se farão esse questionamento sobre o que fazer e como investir após o dia 31 de dezembro próximo, quando será realizado o sorteio da Mega-Sena da Virada. O prêmio estimado é de R$ 300 milhões para quem acertar as seis dezenas, segundo a Caixa Econômica Federal. O prêmio não acumula. Caso ninguém acerte os seis números, o prêmio será dividido entre os apostadores que acertarem cinco dezenas, e assim por diante. Em 2018, o valor estimado era de R$ 200 milhões, no dia do sorteio chegou a R$ 302,5 milhões e 52 apostas dividiram o prêmio. Ainda que isso aconteça, o valor será suficiente para realizar sonhos e ostentar com o que há de mais luxuoso no mundo.
A movimentação nas casas lotéricas já começou e deve se intensificar no fim de dezembro. É o que aponta Paulo Sérgio Palmeira Nassar, gestor da Agência de Loteria Santos Dumont situada no Shopping Estação da Moda, região central de Goiânia. Segundo ele a expectativa é muito positiva em relação às apostas e principalmente aos bolões, que podem ampliar a possibilidade de ganho ao passo que em que por meio dele é possível registrar um maior número de dezenas. “A circulação do 13º e do clima natalino favorece o registro das apostas que já se tornou tradição no país”, afirma o empresário que tem mais de 10 anos de experiência na área.
Para que a conquista seja desfrutada por muito tempo, o agente autônomo de investimento da Vertente Capital, Marcelo Estrela aconselha a ter um conjunto de investimentos que proporcionem ganhos acima da inflação (juros reais). Segundo ele, para evitar ter o patrimônio reduzido com o tempo, o correto é consumir menos do que os ganhos acima da inflação. “Se tenho R$300 milhões investidos que me rendem juros reais de 2% ao ano, devo consumir menos que R$6 milhões por ano para garantir uma perpetuidade do meu capital investido”, exemplifica.
Ele acrescenta que se o prêmio for dividido e os ganhadores levarem um montante de R$50 milhões, por exemplo, e tiverem investimentos rendendo juros reais de 2%, poderão gastar R$1 milhão por ano que ainda estará preservando o seu capital. Isso equivale ao gasto de R$83mil por mês. Sendo assim, tendo planejamento não há nada de errado em direcionar uma parte para gastar como quiser.
Como investir
Marcelo Estrela, que também é especialista em planejamento financeiro afirma que procurar uma assessoria especializada é fundamental. É importante que sejam pessoas de confiança, especialistas de investimentos e que entendam o momento de vida de cada pessoa.
Pesquisa do Banco Central do Brasil aponta que teremos em 2020 taxa de juros de 4,5% ao ano e inflação de 3,46%. Neste cenário, de acordo com Estrela, Investimentos mais conservadores poderão gerar prejuízos, com ganhos abaixo da inflação. Por outro lado, investimentos mais arrojados também geram prejuízos por conta de oscilações de mercado, por isso é preciso tomar cuidado.
“A taxa livre de risco no Brasil hoje está em 5% ao ano. Nos investimentos mais arrojados, quando se tenta ganhar 3% a mais também corre-se o risco de ter 3% a menos. Ou seja, ao tentar ganhar 8% em um ano (5% mais 3%), um investidor pode ter apenas 2% de rentabilidade (5% menos 3%). Alguns investimentos mais arriscados possuem o balizador de inflação mais 6%”, explica.
Mas não é por conta dos riscos que a solução é deixar tudo na poupança. O primeiro motivo é a segurança. Recursos aplicados em poupança só estão segurados até o valor máximo de R$250 mil. “Quem aplicar todo o recurso no Tesouro SELIC, pode ter seus ganhos líquidos muito próximos da inflação. Mas, qualquer resgate representará redução de patrimônio. Deixar todo o recurso aplicado em uma estratégia utilizada para reserva de emergência definitivamente não é o melhor a se fazer.”
A alternativas correta apontada pelo especialista é estabelecer objetivos e metas de acordo com seu perfil de investidor e diversificar os investimentos, por isso o apoio da assessoria é importante. “A internet está cheia de promessas de dinheiro fácil. No Brasil, procure uma pessoa credenciada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É importante entender possíveis conflitos de interesse e ouvir propostas de instituições financeiras renomadas antes de tomar qualquer decisão”, alerta ele.