LISSAUER: Quem não tem gratidão, tem caráter?
Presidente da Alego caminha para fim trágico na política goiana: derrotado, sem mandato, investigado e por fim com espírito de ingratidão
A história conta que a vitória tem muitos pais, a derrota é órfã. O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira, ou “Lissauer das moças” como é fatalmente conhecido nos bastidores do poder, caminha para um fim melancólico na política, perdendo para ele mesmo.
A história de seus 04 anos de mandato, acumula, além de desmandos, a utilização da máquina pública da poderosa Assembleia em favor de alguns combinados e em desfavor de outros muitos que prometem em dois meses devolver a ingratidão e as articulações promovidas.
Maior derrotado nas eleições de 2022, e considerado pseudo-coordenador da campanha de Ronaldo Caiado, passou de grande articulador para o maior desarticulado, perdendo não só para Daniel Viela (MDB), quem travou uma batalha pela vice governadoria, mas para si mesmo.
Lissauer buscou ser deputado federal, vice-governador, senador, coordenador, Conselheiro do TCE e, agora, aos barrancos, tenta cometer um crime para mudar a Constituição e aposentar-se em um posto, até agora, honrado apenas àquelas pessoas que possuem histórico de vitórias e gratidão: os Tribunais de Contas.
Ainda, procura a todo modo eleger o sucessor na Alego para, por fim, garantir os mais de mil cargos utilizados como instrumento, ora de barganha política, ora de empoderamento à sua própria autoestima.
O desembarque no PSD, em busca de cargo político, não deu certo. Lissauer sentou com Mendanha na semana da Convenção, sendo desarticulado por Vilmar Rocha que garantiu a palavra e o apoio a Caiado.
As articulações travessadas em seu processo de acertos de desacertos, chegou tentar tirar de Caiado, aquilo que ele dá mais valor: “a palavra”. “Quem não tem gratidão, não tem caráter”, disse em clima de animosidade se referindo ao governador, como barganha de ser o candidato único da base governista. Não parou por aí: tentou articular, nas costas do governador, a sua própria vaga no TCE e, por último, não conseguiu explicar a abertura da CPI da Saúde, formatada com sua assinatura digital por um diretor que ele simplesmente não tratou de tirar do comando operacional e político. Lissauer mentiu quando disse que Sardinha quebrou sua confiança.
Pois bem: o capítulo não parou por aí. Desistiu da candidatura exatamente pela síndrome que os derrotados sofrem: falta de votos. Lissauer não atingiu 2% nas pesquisas.
Aparelhou sobremaneira da Alego, distribuindo cargos em regiões do Estado, como Formosa, que não tinha um sequer trabalho da Alego em busca de eleger seus candidatos. Mais: para enfrentar seu desafeto, o Daniel Vilela, aproximou-se de Marconi fazendo reunião com mais de seus 2 mil servidores para o tucano.
Não deu certo. Nem o apoiador de Lissauer, o vice-prefeito de Rio Verde venceu. Ele perdeu a eleição, e, sem o apoio de parte do aparelhamento da Assembleia, veio as demissões: dentre elas a de dois diretores ligados ao PSD e que não apoiaram seus candidatos derrotados.
Lissauer ocupou um posto de coordenação pífio e mais desagregou que construiu relações a favor do coordenador e quase causou uma ruptura no Entorno, com construções políticas que desrespeitaram os líderes locais.
Essa versão pouco soft de Lissauer, quase que infantil, já foi conhecida pela maioria do parlamento e transmitida ao governador, que não assiste maturidade para que ele possa ocupar cargo vitalício no Tribunal de Contas. Lissauer não se mostrou grato e confiável.
Um caminho árduo rumo a uma aposentadoria política sem cargo, sem tribunal, sem retorno, sem sucessor, sem partido e com poucos amigos que lhe restarão para contar, além do girar da vida, o pagamento do preço da ingratidão. Frase, dita por Lissauer, previamente preparada para ele mesmo.