
O ex-deputado Fred Rodrigues (PL) está envolvido em mais uma polêmica, desta vez relacionada à ocupação de um cargo de diretoria na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). A questão surge após a revelação de que o político não possui diploma de ensino superior, uma exigência para o cargo que ocupou, o que agrava a situação após seu mandato ser cassado no ano passado.
Fred assumiu a Diretoria de Promoção de Mídias Sociais da Alego, uma função que, conforme a Resolução nº 1.007/1999, exige graduação completa e preferencialmente pertencente ao quadro de servidores efetivos da Assembleia. Ao assumir o posto em janeiro deste ano, ele informou que havia concluído o curso de Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) em 2010. No entanto, documentos enviados pela PUC-GO à Justiça Eleitoral apontam que Fred não completou todas as etapas da formação acadêmica, faltando horas complementares obrigatórias.
A universidade confirmou que Fred concluiu as disciplinas previstas no curso de Direito, mas nunca oficializou a colação de grau, o que impede a emissão de seu diploma. O documento, enviado em resposta à ação judicial movida pela coligação de Sandro Mabel (UB), seu adversário na corrida pela prefeitura de Goiânia, coloca em dúvida a veracidade das informações apresentadas por Fred tanto na candidatura quanto na Alego.
O presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB), que havia convidado Fred para o cargo após sua cassação, informou que encaminhou o caso para apuração pela Procuradoria Geral da Assembleia. Há especulações de que Fred possa ser enquadrado em crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso, conforme prevê o Código Penal. Além disso, no âmbito administrativo, a devolução dos salários recebidos durante o período em que ocupou a diretoria, com remuneração bruta de R$ 21 mil, também pode ser solicitada.
Em sua defesa, Fred afirmou que cursou todas as disciplinas do curso de Direito e que a falta do diploma se deve ao fato de ter deixado de concluir formalidades após decidir atuar em outras áreas. Ele ainda declarou que o erro na informação de ensino superior completo foi cometido de forma involuntária e já solicitou a correção dos dados junto à Justiça Eleitoral.
O caso agora está sob investigação e pode gerar consequências jurídicas e financeiras para o ex-deputado, aprofundando a crise que enfrenta desde que teve o mandato cassado.