
Nesta terça-feira (2/7), o dólar, que havia iniciado o dia em queda, registrou uma subida e se aproximou dos R$ 5,70, em consequência das falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Banco Central e medidas cambiais. Em entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador (BA), Lula mencionou que o governo irá discutir a alta do dólar em uma reunião em Brasília.
As declarações do presidente geraram uma reação negativa no mercado, especialmente devido às críticas contínuas de Lula à atuação do Banco Central. Ele afirmou que a autarquia não deve estar a serviço do sistema financeiro e do mercado.
No último mês, o dólar apresentou um aumento de 7,32%, acumulando uma alta de 16,11% em 2024. No início de junho, a moeda americana estava cotada em R$ 5,23, mas subiu gradualmente após as reiteradas críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, à autonomia da instituição e às questões relacionadas aos gastos públicos.
O presidente Lula tem insistido na necessidade de discutir a política cambial e tem criticado a abordagem do Banco Central, sugerindo que a instituição deve ter um papel mais alinhado com as necessidades do governo, ao invés de atender exclusivamente aos interesses do mercado financeiro.
A alta do dólar traz preocupações adicionais para a economia brasileira, especialmente no que diz respeito à inflação e ao custo de importações. As incertezas geradas pelas declarações do presidente sobre a autonomia do Banco Central e as políticas fiscais aumentam a volatilidade do mercado e a desconfiança dos investidores.
A reunião prometida por Lula para discutir a alta do dólar será crucial para entender as futuras direções da política econômica do governo. Enquanto isso, a relação entre o Executivo e o Banco Central continua a ser um ponto de tensão que poderá influenciar ainda mais a trajetória da moeda americana e a estabilidade econômica do país.