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Em audiência pública Enel anuncia investimentos. Governador diz já haver antagonismo entre a empresa e a população

O deputado federal Vitor Hugo (PSL) promoveu hoje, 15 de fevereiro, na Fundação Tiradentes, uma audiência pública com a Enel, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Agência Goiana de Regulação (AGR). “Eu compreendo em certa medida que as instalações da Celg não eram das melhores, mas também todos os investimentos que a Enel alega ter feito tem que ser sentido em melhoria na ponta. Ou seja, pro consumidor. E isso não está acontecendo”, disse Vitor Hugo antes do início do evento.

Presente no evento, o governador Ronaldo Caiado disse que “mesmo após um ano dialogando com a Enel, assinando termos de compromisso, concordando com planos emergenciais visando a melhoria na qualidade da distribuição de energia, nada melhorou a insatisfação dos mais variados segmentos da sociedade.”

Disse o governador, também no seu instagram, que, Aneel, Ministério das Minas e Energia, deputados estaduais e federais, senadores, enfim toda a população, “todos estão falando a mesma língua, exigindo que a Enel entregue aos goianos o que é de direito,” e completou afirmando que no interior a empresa é sinônimo de prejuízo. “A energia, que deveria ser facilitadora na instalação de novas empresas, torna-se limitadora do progresso,” postou

O presidente da Enel Distribuição Goiás, José Luis Salas,disse que a empresa investirá R$ 3,2 bilhões até 2022 para aumentar e melhorar a oferta de energia elétrica no estado. Salas admitiu que a companhia tem falhas, mas lembrou que pegou a Celg com defasagem e, por isso, o processo para melhorar o serviço demanda tempo.

“Nem tudo tem sido flores. Temos tido problemas e reconhecemos isso. Novembro foi complicado para nós. Reagimos, mas problemas aconteceram. Todas essas obras que foram feitas, onde o investimento chega a ser 3,5 vezes maior do que foi investido nos últimos 12 anos antes da compra da empresa, estão servindo como alicerce para começar a recuperar e estabilizar um sistema elétrico que estava subinvestido há mais de 12 anos. É um processo contínuo que tem que ser feito”, afirmou.

De acordo com a diretora de planejamento de rede da Enel, Renata Kelly, foram ampliadas e modernizadas 143 subestações desde que a empresa assumiu o controle da Celg, em 2017. Além disso, outras seis foram construídas, entre as quais em Mineiros e a de Santana, em Anápolis, que vinham em projeto há um longo tempo.

“2020 é um ano de muitas obras e infraestrutura. Todo o estado será contemplado. Temos também 121 novas ampliações e modernizações de subestações existentes. 2020 vem melhorar consideravelmente o suprimento de energia elétrica para Goiás. Teremos benefícios diretos e indiretos a mais de 2 milhões de consumidores goianos”, detalhou.

A diretora informou ainda que a Enel reduziu a demanda reprimida em 100MvA somente em 2019, viabilizando a conexão de 150 novas empresas à rede elétrica. “A expansão do nosso sistema elétrico foi para atender mais de 470 mil famílias só em 2019”, acrescentou.

O governador disse esperar que medidas mais enérgicas sejam tomadas.
“É o que esperamos, com esses dados que estão sendo capitaneados pela Aneel, vão criando relatórios e no final de agosto encerra esse período.Com esses dados atuais A Aneel já poderia abrir um processo para mostrar que não está cumprindo. Vamos aguardar agosto, eu tinha esperança que antes eles pudessem até sentar na mesa de negociação e deixar outras empresas em Goiás. Já se criou um antagonismo entre a população e a Enel”, declarou o governador

Caiado reiterou que o melhor seria que a Enel repassasse a concessão para outra empresa do setor energético. O governo manifestou que há outras empresas interessadas. Rodrigo Limp, diretor da Aneel destacou em entrevista que os dados de indicadores estão muito aquém, mas que a agência está acompanhando para melhorar a qualidade do serviço. “Ainda entendemos que há um longo caminho a percorrer. Principalmente a duração do tempo de falta de energia. Temos cobrado ações da distribuidora”, afirmou.

Durante a semana, em nota a Enel se manifestou sobre a possibilidade de repasse da empresa não ter interesse em vender a concessão da antiga Celg-D, e que ainda vai continuar trabalhando fortemente para contribuir com o desenvolvimento do Estado e oferecer cada vez mais um serviço de qualidade aos clientes goianos.

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