Desafios da Participação Feminina na Política: Reflexões a partir de Goiás

Nas eleições de 2024, a baixa representatividade feminina nos pré-candidatos às prefeituras das capitais brasileiras reflete desafios estruturais e culturais que permeiam a sociedade. Em Goiás, apenas 20% dos pré-candidatos são mulheres, destacando a sub-representação de gênero no cenário político. Essa realidade é agravada pela predominância das máquinas partidárias, pressões por anistias, disputas internas e negociações de alianças, dificultando o avanço das candidaturas femininas.

Para a vereadora Aava Santiago, uma das cinco mulheres eleitas na Câmara Municipal de Goiânia, a entrada das mulheres na política desafia as estruturas de poder predominantemente masculinas. Ela destaca a resistência enfrentada pelas mulheres, que muitas vezes resulta em diversas formas de violência política de gênero, desde tentativas de marginalização até discriminação e exclusão. Aava liderou a criação da Frente Intermunicipal pelo Fim da Violência Política de Gênero, uma iniciativa que reúne vereadoras de 26 municípios de Goiás e parlamentares de outros nove estados, visando promover os direitos políticos das mulheres e combater a violência política de gênero.

Essa Frente surge como resposta aos desafios enfrentados pelas mulheres na política goiana, incluindo a resistência das estruturas de poder estabelecidas, as expectativas de gênero e as normas culturais que perpetuam a desigualdade. Aava destaca a importância do processo de tomada de poder para o empoderamento das mulheres, enfatizando a necessidade de enfrentar as barreiras que impedem a participação igualitária das mulheres na política.