Declaração de Bolsonaro em ato na avenida Paulista pode complicar sua situação em investigação da PF
Jair Bolsonaro fez uma declaração durante o ato na avenida Paulista que os investigadores interpretaram como uma confirmação de que o ex-presidente tinha conhecimento da minuta de golpe. O documento, descoberto na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, propunha uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral para alterar o resultado das últimas eleições
Quatro dias após permanecer em silêncio diante dos delegados da Polícia Federal (PF) que investigam sua possível participação no planejamento de um golpe de Estado no Brasil, Jair Bolsonaro fez uma declaração durante o ato na avenida Paulista que pode complicar sua situação no inquérito.
Segundo a colunista Malu Gaspar, do O Globo, a declaração de Bolsonaro foi interpretada pelos investigadores como uma confirmação de que o ex-presidente tinha conhecimento da minuta de golpe descoberta na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em janeiro do ano passado.
O documento, conhecido como “minuta do golpe”, era um esboço de decreto que estabeleceria um “Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral”, com o objetivo de “garantir a preservação ou o pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022”. Essencialmente, o texto propunha uma intervenção no TSE para alterar o resultado das últimas eleições, ganhas por Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante seu discurso no ato da avenida Paulista, Bolsonaro abordou rapidamente as acusações da PF contra ele, afirmando que o estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa, algo que, segundo ele, não foi feito.
A declaração de Bolsonaro na Paulista foi vista pelos investigadores como uma confirmação de seu conhecimento da minuta do golpe e pode complicar ainda mais sua situação no inquérito em andamento na Polícia Federal.
