O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), condicionou o avanço da pauta do governo na Câmara à substituição do ministro de Relações Internacionais, Alexandre Padilha. A insatisfação de Lira com Padilha se deve à dificuldade deste em cumprir acordos políticos e à resistência interna no governo. A manutenção de Padilha é vista como essencial para a articulação com o Congresso e para a gestão das emendas parlamentares
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, informou a interlocutores do ex-presidente Lula que o avanço da pauta do governo na Casa estaria condicionado à substituição do ministro de Relações Internacionais, Alexandre Padilha. A relação entre Lira e Padilha tem sido tensa, com o presidente da Câmara expressando insatisfação com a dificuldade do ministro em cumprir acordos políticos e em lidar com resistências internas no governo.
Em uma entrevista anterior, Lira já havia sugerido que o cargo de Padilha teria “prazo de validade”, enfatizando a importância de acordos políticos para a longevidade de um ministro articulador. Segundo Lira, Padilha teria assumido compromissos que não conseguiu cumprir devido a resistências internas no governo.
O calendário eleitoral de 2024 também representa um desafio adicional para a articulação do governo, com menos tempo disponível para votar matérias de interesse do Executivo. Nesse contexto, a estratégia dos auxiliares de Lula é aguardar uma fase menos crítica para promover um encontro entre Lira e Padilha, buscando uma reaproximação. Até o momento, a ideia é manter Padilha no cargo.
Recentemente, interlocutores de Lula estiveram na residência oficial da presidência da Câmara, onde Lira concentrou suas críticas na articulação política do governo e em pautas sensíveis, como o veto presidencial de R$ 5,6 bilhões em emendas parlamentares para 2024.
Há informações de que Lira pretende se reunir com Lula nos próximos dias, possivelmente em busca de apoio para sua candidatura à presidência da Câmara, cuja eleição ocorre em um ano. No entanto, a postura de Lira em eventos recentes contrários ao governo pode abrir espaço para que Lula fortaleça laços com outros líderes do Congresso.
Auxiliares de Lula acreditam que manter Padilha no cargo é essencial para a articulação com o Congresso, especialmente na gestão das emendas parlamentares. Uma eventual troca de Padilha poderia sinalizar um fortalecimento de Lira em detrimento do próprio Executivo, o que é indesejado pelo governo.