“Estamos revolucionando a ação social de Goiânia e isso vai repercutir em todo Estado*
Em entrevista ao Hora Extra; Maria Yvelônia fala sobre as conquistas da pasta e as ações implementadas para ajudar Goiânia”
JE : Por que a senhora escolheu a profissão de assistente social?
Porque essa profissão sempre despertou em mim, o desejo de contribuir e ser útil à sociedade. Eu quero estar lado a lado de quem necessita! Não podemos apenas existir, mas viver da melhor forma possível, lembrando que não vivemos isoladamente. Não posso ver o sofrimento do meu próximo e passar adiante de forma impassível, nem como mulher, nem como gestora ou cidadã.
JE : Na prática do dia-a-dia como é a profissão de um(a) assistente social?
No dia a dia, vejo como a busca por garantia de direitos impacta a vida das pessoas. Isso me incentiva a buscar sempre o melhor, pensando na dor do próximo, na necessidade que cada um carrega e precisa que alguém se preocupe de fato em resolver essas demandas.
JE : Como você lida com situações de alta pressão e complexidade?
Na área de assistência social nós temos demandas complexas, como por exemplo, a questão de privação de liberdade de adolescentes; o atendimento às pessoas idosas, as calamidades públicas. São situações que precisam de respostas rápidas e eficazes, com liderança de equipes numerosas, como foi o caso de Brumadinho em Minas Gerais, onde a tragédia pedia ações emergenciais para minimizar os danos causados pelo rompimento da barreira de rejeitos de minério.
JE : Como Assistente Social de carreira, quais foram as situações mais desafiadoras que você enfrentou?
Ser Secretária Nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania foi o maior desafio. Foi importante ter conseguido contribuir com o fortalecimento das políticas públicas de assistência social que beneficiaram vários municípios brasileiros. Isso tudo permite que as experiências adquiridas sejam convertidas em benefícios para a capital goiana.
JE : A senhora que foi do Nacional, acredita que Goiânia é uma das capitais mais desafiadoras no que diz respeito a políticas de assistência sociais?
Goiânia tem todos os requisitos para ser referência em assistência social. A caminhada é longa, mas já estamos vendo os frutos, como o lançamento do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SAFA). Goiânia inaugura esse modelo de serviço dentro do Estado de Goiás.
JE : Quais são os maiores desafios que a senhora tem enfrentado em Goiânia?
Os maiores desafios têm sido alinhar as políticas públicas assistenciais com as reais necessidades da população goiana.
Todo dia aprendemos e melhoramos essa experiência de forma positiva para a capital.
JE : Quais os pontos positivos da capital goiana em relação ao social?
A capital goiana alia boa infraestrutura de serviços e razoável qualidade de vida. Isso facilita a implementação de políticas públicas que melhorem essa estrutura cada vez mais.
JE : No seu ponto de vista, Goiânia já foi ou é cidade modelo em algum programa ou serviço social?
Sim, Goiânia é o primeiro município do Estado de Goiás a receber, por exemplo, o Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora (SAFA), lançado nesta última sexta-feira (23/06).
JE : Quais foram as mudanças perceptíveis na assistência social em Goiânia após a sua chegada?
O prefeito Rogério Cruz me permite portas abertas para desenvolver o trabalho nessa secretaria e o objetivo tem sido tornar Goiânia referência em ações assistenciais. As reformas dos Centros de Referência de Assistência Social em andamento, o lançamento do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, o reforço das atividades de abordagem social para minimizar as situações de vulnerabilidade social nos capacitam para dizer que essas mudanças estão acontecendo de forma sistematizada e que irão evoluir de forma crescente.
A senhora inaugurou recentemente o serviço de acolhimento em família acolhedora; em breves palavras, nos fale um pouco sobre no que consiste este serviço.
O serviço é uma modalidade de acolhimento que visa oferecer proteção integral às crianças e adolescentes que precisam ser afastadas temporariamente da família de origem ou extensa por medida de proteção. Ao invés de ficarem em acolhimentos institucionais, estamos lançando o serviço de acolhimento familiar, onde famílias cadastradas e selecionadas ficam aptas a cuidar das crianças temporariamente, enquanto se toma uma decisão judicial para o retorno à família biológica ou para a família substituta, no caso da adoção.
JE : Já está em andamento alguma outra obra para inauguração?
Sim, temos o projeto de reordenamento dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), com o propósito de compreender a localização mais adequada das novas unidades de assistência que serão inauguradas, conforme a necessidade da população. É um projeto conjunto com a Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec) que substituirá os Núcleos de Assistência Social (NAS) pelos CRAS.
JE : Qual legado a senhora quer deixar para Goiânia?
O legado que quero deixar é de fortalecer as políticas públicas que são direitos de cidadão e dever do poder público. A valorização do servidor é parte essencial nesse processo e tem sido nossa meta também. É nosso dever atender bem e de forma eficaz o cidadão que nos procura.