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“Estamos discutindo a possibilidade do Entorno ter representação na chapa majoritária de 2026”, diz Cristiomário

Prefeito de Planaltina e novo presidente da Amab destaca a importância da região, que representa 21% do eleitorado goiano, e defende maiores articulações com o DF e o Governo Federal para enfrentar desafios como transporte e saúde

Em entrevista ao Jornal Hora Extra, o prefeito de Planaltina, Cristiomário Medeiros, falou sobre os desafios e perspectivas à frente da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (Amab). Representando uma população de quase 1,5 milhão de pessoas, uma entidade tem um papel fundamental na articulação entre os municípios do Entorno e os governos estaduais e federais. Cristiomário enfatizou a necessidade de um relacionamento mais próximo com o Distrito Federal, especialmente em questões como transporte público, saúde e desenvolvimento econômico. Além disso, destacou o peso político da região e defendeu a inclusão do Entorno na chapa majoritária para as eleições de 2026.

JHE – Prefeito, o senhor acaba de assumir a Associação dos Municípios Adjacentes à Brasília (Amab). Quais são suas perspectivas agora na liderança dessa associação, que é muito importante para a região?

A nossa associação tem uma importância muito grande. Representa 21% do eleitorado do Estado de Goiás. Já temos uma população de quase 1,5 milhão de pessoas nessa região.

O principal foco é a relação com o Distrito Federal, porque, com o Estado de Goiás, hoje, o governador Caiado tem dado uma atenção muito boa ao Entorno. O vice-governador Daniel Vilela tem feito o mesmo. A gente tem sentido essa visão e o empenho do Governo de Goiás.

O relacionamento com o Estado de Goiás melhorou, porém, com o Governo do Distrito Federal, está menos presente. Mas o Ibaneis Rocha recriou recentemente a Secretaria do Entorno.

A primeira ação conjunta dos dois governos, juntamente com as prefeituras da região, tratou da questão do transporte.

JHE – Qual a solução que se apresenta para essa questão do transporte público do Entorno?

Será criado um consórcio interfederativo. A ideia é que ele assuma a gestão do transporte da região, que é um problema gravíssimo, nosso principal problema.

Além disso, nós estamos tratando com o DF a pactuação na saúde. Queremos a possibilidade de o DF receber pacientes do Entorno. É algo muito complicado. Veja que há cidades em que a pessoa precisa se deslocar de 300 a 400 km para poder ser atendida em uma cidade de Goiás, enquanto o GDF, que faz parte do SUS, de qualquer forma será remunerado pelos atendimentos que fizer.

Já pedimos e temos reunião marcada com o BRB (Banco de Brasília). Estamos tratando com o Banco de Brasília da possibilidade de patrocínio para eventos da região. Também estudamos a possibilidade de compra da folha de pagamento dos servidores, assim como a questão da previdência e a implantação de novas agências do BRB em algumas cidades da região que ainda não possuem.

O que queremos é trabalhar com o Governo do Distrito Federal em algumas questões e, ao mesmo tempo, estar próximos do Governo Federal. Assim, a Amab pode se tornar uma instituição ainda mais forte. Isso dependerá, claro, do envolvimento e da empolgação de cada prefeito e cada prefeita. Mas acredito que essa gestão da Amab será ainda melhor, dando continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito por Pablo Mossoró, ex-prefeito de Valparaíso.

JHE – E, politicamente, qual o peso que a Amab deve ter?

Temos uma importância muito forte politicamente. Trabalhando em conjunto, vamos conseguir aumentar a representatividade, por exemplo, na Câmara Federal, com nomes da região do Entorno e também na Alego.

Como eu disse, o Entorno representa 21% do eleitorado do Estado. Hoje, já justificaríamos ter perto de 10 deputados estaduais e 3 ou 4 deputados federais. Mais do que isso, estamos discutindo a possibilidade de que o Entorno tenha representação na chapa majoritária na disputa pelo Governo do Estado em 2026. Essa é uma questão muito importante.

Não podemos esquecer o peso do Entorno. Não podemos ficar de fora dessa discussão da chapa majoritária. Há uma expectativa de que o Entorno tenha um vice na próxima chapa ou um candidato a senador. Alguma dessas vagas precisa ser destinada ao Entorno. Não há como todos ficarem de fora disso, limitando-se apenas à disputa proporcional.

Também acredito que devemos chegar a 10 ou até ultrapassar esse número de representantes na Assembleia Legislativa de Goiás.

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