A recente controvérsia envolvendo o senador Vanderlan Cardoso (PSD) e o influente pastor Silas Malafaia revisita uma questão crucial: até que ponto o senador está disposto a sacrificar o apoio de uma base eleitoral tão fundamental quanto a evangélica em sua candidatura à prefeitura de Goiânia? A resposta a essa pergunta pode ser determinante para o futuro político de Cardoso.
Ao colocar em pauta, como presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o projeto de lei que regulamenta os cigarros eletrônicos, Vanderlan Cardoso deu um passo que, mesmo tecnicamente justificável, revela uma falta de sensibilidade política no momento eleitoral em que vivemos. O pastor Silas Malafaia, conhecido por sua postura firme e influência sobre milhões de evangélicos, não hesitou em manifestar sua insatisfação, gravando vídeos com duras críticas ao senador. O impacto dessas declarações, especialmente dentro das igrejas e comunidades evangélicas, pode ser devastador para a candidatura de Cardoso.
Vanderlan, por sua vez, tentou se defender afirmando que sua posição enquanto presidente da comissão exigia que colocasse a pauta em votação, e que, pessoalmente, é contra a matéria. No entanto, o estrago já está feito. A percepção do eleitorado evangélico, especialmente em Goiás, é de que Cardoso, ao tocar em um tema tão polêmico, está se afastando dos valores que essa comunidade preza.
É importante lembrar que o apoio das lideranças evangélicas foi crucial nas últimas eleições em todo o país, e perder esse suporte pode significar o fracasso de uma campanha. A Igreja Assembleia de Deus, da qual Cardoso faz parte há 28 anos, é uma instituição poderosa, com uma vasta rede de fiéis que valoriza a opinião de seus pastores e líderes espirituais. O ataque de Malafaia, portanto, não é apenas uma crítica isolada, mas um sinal de alerta para outras lideranças que possam estar considerando a viabilidade de apoiar um candidato que, aos olhos de muitos, está comprometendo valores caros à comunidade.
Neste contexto, a candidatura de Vanderlan Cardoso enfrenta um risco real. Em uma corrida eleitoral onde cada voto conta, alienar uma base tão significativa pode ser fatal. Se não conseguir reparar os danos causados por essa polêmica, o senador pode se ver isolado e sem o apoio crucial das lideranças evangélicas de Goiânia e de todo o estado de Goiás.
Em política, as percepções são tão importantes quanto os fatos, e a percepção que fica é a de que Vanderlan Cardoso, ao priorizar uma obrigação legislativa, deixou de lado os princípios de sua base eleitoral. Se essa percepção se consolidar, o impacto em sua campanha pode ser irreversível, colocando em sério risco suas chances de se eleger prefeito de Goiânia.
