Nos primeiros dias de 2025, o Hospital Estadual de Luziânia (HEL), localizado no Entorno do Distrito Federal, tornou-se o epicentro de um drama que envolve a perda de três bebês recém-nascidos. As famílias denunciam suposto descaso da instituição e a falta de preparo da equipe hospitalar, descrevendo episódios de demora no atendimento, diagnósticos tardios e procedimentos questionáveis que culminaram nas tragédias.
- Três bebês morreram no Hospital Estadual de Luziânia: famílias denunciam negligência médica e falhas nos atendimentos no início de 2025;
- Caso de Jaqueline Alves: após horas de trabalho de parto sem avanços, perdeu sua filha, Helena, que nasceu com a clavícula quebrada e piorou até falecer;
- Yara Mafra dos Reis: jovem de 17 anos enfrentou a perda da filha após longas esperas por atendimento, cesárea atrasada e falta de informações claras;
- Denúncias de outras mães: relatos de negligência incluem demora em procedimentos, diagnósticos tardios e falta de comunicação adequada no hospital;
Jaqueline Fernanda Alves Vieira, 29 anos, conta que viveu um dos momentos mais difíceis de sua vida com a perda de sua filha recém-nascida, Helena Alves, no início do ano. Ela conta que deu entrada no hospital na quarta-feira, dia 1º de janeiro de 2025, já em trabalho de parto, com a bolsa rompida e 4 centímetros dilatados. Após quatro horas, o progresso da dilatação foi mínimo, levando o médico a oferecer medicamentos para amolecer o colo do útero. “Após dar entrada no hospital, disseram que eu ficaria em observação, mas meu trabalho de parto não evoluía. Por volta de meio-dia, o médico veio fazer o toque, viu que eu tinha dilatado um centímetro a mais. Aí o médico me ofereceu dois comprimidos, que seria para amolecer o colo do útero”, relatou Jaqueline.
Apesar de ter solicitado uma cesariana após horas sem avanços, Jaqueline afirma que o pedido foi negado. “Disseram que não fariam a cesárea por causa da laqueadura que eu pedi. Só aceitaram quando cedi à ocitocina para acelerar o parto”. A laqueadura é um procedimento de esterilização para mulheres que têm certeza de que não desejam uma gravidez futura. A cirurgia consiste na remoção de parte das tubas uterinas através de uma única incisão transversa no abdômen, posicionada na linha acima dos pelos pubianos. A ocitocina tem a função de estimular a contração do útero, auxiliando o trabalho de parto.
Clavícula quebrada durante o parto
No dia seguinte, Helena começou a apresentar sinais de desconforto, recusando a amamentação e chorando intensamente. A mãe percebeu que algo estava errado e procurou o pediatra, que pediu um raio-x. Mais tarde, a filha foi diagnosticada com uma clavícula quebrada, uma condição que, segundo Jaqueline, não foi comunicada adequadamente pela equipe médica. “Num trabalho de parto forçado, eles quebraram a clavícula da minha filha. Quebraram e não me falaram nada. O médico disse que isso era normal, mas minha filha continuava piorando. Deram fórmula de leite com uma seringa e paracetamol, mas ela só piorava, chorava como quem não tinha mais forças”, afirmou.
*Com informações do site Metrópoles







