É indiscutível: Ronaldo Caiado (UB) tem se movimentado que nem atacante na grande área. Agora, mesmo, neste exato momento, ele está em Brasília na marca do pênalti: vai requerer recursos para Goiás e ao mesmo tempo mostrar sua insatisfação contra a Reforma Tributária.
Em Goiás, vive uma trégua: sua alta popularidade afasta qualquer oposição que não seja mesmo as vozes das ruas. De uns meses para cá, esta popularidade tem chegado a outros estados. E estes ventos podem impulsionar uma candidatura nacional.
A alta aprovação do governo de Ronaldo Caiado em nível nacional está impulsionando seu nome para a disputa do Palácio do Planalto em 2026. A repercussão nos principais veículos de comunicação do país indica isto.
Após a divulgação da pesquisa do Instituto Paraná, que o apontou como o melhor governador do país, a imprensa destacou suas qualidades, como estar em seu segundo mandato, e concentrou-se nos números: o governador venceu as eleições (conforme apontado pelas urnas) no primeiro turno em 2022.
Além disso, Caiado tem conquistado votos de todos os segmentos políticos, incluindo a direita, centro e até mesmo da esquerda. Para obter uma aprovação de 76%, é necessário ter votos de vários segmentos.
Segundo o “poder360.com.br”, “Caiado aparece à frente de Lula em Goiás para as eleições de 2026”. O governador alcançou 30,5% nas pesquisas, enquanto Lula obteve 19,9%, de acordo com o instituto.
Gerson Camarotti, da GloboNews, sugeriu que Caiado poderia liderar uma candidatura da direita.
Debates
A postura do governador goiano se destaca nos grandes debates, abordando temas como a reforma tributária, saúde pública, segurança, entre outros. Durante a pandemia da COVID-19, ele demonstrou seu conhecimento médico e científico.
E na semana passada, o IBGE revelou algo notório: Goiás, que antes estava com um crescimento abaixo da média, está apontando para um crescimento econômico maior do que o do Brasil no momento atual.
A revista “Veja” o descreve: “Com alta popularidade, Caiado venceria até mesmo Lula nas eleições em Goiás”. O UOL também destaca sua aprovação, que serve como um laboratório político para o país: o maior desafio de Caiado para competir com reais chances em 2026 será romper a bolha do eixo Rio-São Paulo-Minas, que deseja manter o controle do país.
No entanto, essa bolha está mostrando sinais de perfuração: a principal rede social do país, o Instagram, e a segunda maior, o TikTok, repercutiram maciçamente os resultados divulgados pela manhã. Quando seu nome é pesquisado no Google, o resultado é “Caiado presidente”.
Os vídeos do TikTok evidenciam o apoio fervoroso dos fãs de Caiado e ele se destacou nos trending topics durante horas na segunda-feira. Um grupo de Blumenau (SC), mesmo digitando seu nome de forma incorreta, o chama de “Salvação do Brasil, a lavoura que faz e produz”. Outro comentarista político destaca que “Ronaldo é autêntico: assertivo e direto ao mesmo tempo. Um governador sério e bem educado, um nome para se identificar como ‘seu candidato’. Caiado tem determinação!”.
O tom humorístico nas redes sociais retrata o governador como “civilizado” e “preparado” (expressões frequentemente mencionadas nos debates online). No entanto, ainda há muito tempo até 2026.
Em 2017, nas primeiras pesquisas nacionais, Caiado estava à frente de Jair Bolsonaro. Interlocutores teriam pedido ao então senador para usar palavras ofensivas e fazer ataques contra minorias. Caiado teria se recusado a ser algo que não era, afirmando que não se prestaria a enganar as pessoas. Como resultado, optou por disputar o governo de Goiás sendo autêntico, colocando em prática seus projetos para o estado. O resultado foi a maior aprovação no país.
Reforma
Prova desta superexposição nacional: durante entrevista ao Jornal da CBN Brasil, na manhã de segunda-feira, 4, Ronaldo Caiado alertou para um estudo realizado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) referente aos resultados da reforma tributária proposta.
Segundo a Abras há uma projeção de aumento da tributação dos itens básicos de alimentação com índices assustadores – 70% no Centro-Oeste, 41% no Norte, 93% no Sul, 55% no Sudeste e 35% no Nordeste.
Caiado tem deixado claro que não é contrário a uma revisão dos tributos no Brasil, mas expressou sua discordância em relação ao conteúdo da reforma. Ele ressaltou a diferença entre o conceito de reforma tributária e o conteúdo específico dessa proposta. Segundo ele, nada é mais antiquado do que a concentração de recursos e poder, indicando que essa mudança legislativa levaria a uma centralização de poder na União.
De acordo com a Abras, esse possível aumento de custos afetaria o comércio, os serviços e o agronegócio. Caiado ressaltou a importância de compreender como as coisas acontecem nos estados e na vida das pessoas, afirmando que é necessário realizar simulações consistentes para demonstrar os impactos.
Caiado enfatizou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) não incluiu setores que possivelmente serão penalizados pela reforma. Para ele, a consequência será a centralização de recursos por meio de uma fórmula única. Ele ponderou que isso daria a impressão de que os cidadãos estão morando apenas na União, onde não se produz nenhum grão de milho ou soja e onde não há nenhum ganho. Além disso, questionou quem determinará o que deve ser repassado para cada município.
Matéria: Wellinton Carlos