O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, conseguiu evitar a demolição de um dos seus vários imóveis em Goiás. A mansão, localizada em área nobre de Anápolis (GO), tem três andares, segurança 24 horas e está avaliada em mais de R$ 1 milhão.
O imbróglio entre João de Deus, condenado a centenas de anos de prisão por crimes de estupro, e a prefeitura do município se arrasta há anos. O governo local alega que o médium construiu o casarão sem alvará ou licenças. Apesar de o imóvel estar registrado em nome dele, é sua ex-companheira quem reside no local, cercado por arames e com estrutura que impede a visão da movimentação interna.
Ao longo de quase 10 anos, a prefeitura recorreu à Justiça e, no início deste ano, conseguiu decisão determinando a desocupação imediata do imóvel e sua demolição. A justificativa era de que a construção apresentava riscos de desabamento e irregularidades estruturais.
As suspeitas sobre a ilegalidade da construção surgiram em 2018, após o escândalo sexual envolvendo João de Deus. À época, ele foi acusado de abusar de mulheres durante tratamentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), e chegou a ficar desaparecido por mais de três dias antes de se entregar às autoridades.
No entanto, a defesa do médium recorreu e conseguiu reverter a decisão de demolição do imóvel, apresentando documentos que comprovariam a regularização do imóvel junto ao registro de imóveis do município em 2022, além de ajustes entre novembro de 2023 e janeiro de 2024.
O juiz Gabriel Lisboa Silva acatou o pedido da defesa, destacando que a propriedade está formalmente regularizada. O caso ainda terá um julgamento final nos próximos meses, mas há possibilidade de João de Deus sair vitorioso, já que não há mais registros de irregularidades.