Vida corrida, problemas no trabalho, contas a pagar, casa para arrumar e crianças que precisam de cuidado e atenção. Mas até onde a rotina de multitarefas no trabalho e em casa influenciam o estado emocional, os hábitos das crianças e, consequentemente, na sua saúde? Foi pensando nisso que a endócrino-pediatra da Hapvida NotreDame Intermédica, Dra. Marília Barbosa idealizou o método “Pediatria Estrutural”, que traz como diferencial um olhar de cuidado e acolhimento com cada família, de forma individualizada.
Com a evolução da ciência e da tecnologia, alguns pais simplesmente não sabem como lidar com os filhos. Muitos se sentem frustrados, mas não buscam ajuda para mudar e melhorar o relacionamento com eles. “Você que é pai ou mãe, já se deparou com algum comportamento desafiador do seu filho? Fez algo para resolver ou, em meio a um turbilhão de outras coisas, deixou passar? É mais rápido, prático e fácil desistir e deixar para lá, não é mesmo? Não! Esse não é o melhor caminho. A dica é: não desista do seu filho”, enfatiza a médica.
De acordo com a percepção da especialista, a resistência das crianças em situações rotineiras do cotidiano, como se alimentarem melhor, praticar atividade física, sair do excesso das telas, dormir cedo e obedecer às orientações dos responsáveis, geram uma exaustão dos pais que optam por, muitas vezes, desistirem de tentar mais uma vez. “Lembre-se que essa oposição do filho pode ter um quê e um porquê”, avalia Marília.
Outro questionamento é: “já parou para refletir se você tem escutado seu filho? Ouvir no sentido literal, de deixar todas as outras coisas de lado e mergulhar dentro do que eles estão contando, perguntando e até mesmo expressando?”.
Já optaram por substituir o descanso na frente do celular por um passeio no parque? A médica destaca que o primeiro passo para valorização da vida e da saúde física e mental dos filhos está presente nas coisas simples do dia a dia, desde que praticadas com amor e carinho.
Muitos pais não entendem o comportamento de seus filhos, mas também não costumam parar para perguntar o que sentem, desejam e como estão de fato. “Tenho percebido que esse momento de conversa e brincadeiras com os pequenos têm sido trocado por um sofá confortável e um celular nas mãos, ficando cada um para um lado. É assim que eu tenho observado que grandes problemas familiares estão sendo instalados”, afirma a especialista.
A falta de atenção e compreensão pode ser a resposta dos porquês, das birras, da oposição e da resistência dos pequenos. “A criança precisa dessa disposição de seus pais; isso possibilita que desenvolvam a autoestima e a autoconfiança e, principalmente, a construção de uma família de valores reais e sólidos”, avalia Marília Barbosa.
“É desafiador, mas meu conselho é que você pegue essa dificuldade como um estímulo para a mudança. Pense que a criança está sendo criada por você, e você deve moldá-la com inúmeras conversas, por meio do exemplo e do encorajamento. Sempre vale a pena se dedicar a eles e não desistir nunca dos seus filhos”, conclui a endocrinologista pediatra.