O governador Ronaldo Caiado voltou a defender, em entrevista à GloboNews, nesta segunda-feira (16/9), a prerrogativa dos Estados de agirem paralelamente à União em situações de emergência, como a atual, em que a população do campo e da cidade sofrem com os efeitos dos incêndios florestais, a maioria criminosa. “Queremos tomar medidas temporárias. A destruição provocada pelo fogo vai ter consequências enormes”, declarou o governador ao frisar a necessidade de endurecimento da legislação no período crítico do problema. Em Goiás, informou ele, 12 pessoas já foram detidas por suspeita de provocar incêndios criminosos.
O governador lembrou que, além de prejudicar a qualidade do ar e o clima em geral, este tipo de crime destrói lavouras, pastagens, maquinários agrícolas e vidas animais e humanas. Ele também defendeu o setor agropecuário e negou participação de produtores rurais em incêndios criminosos, alegando ser um contrassenso. “Nenhum produtor vai provocar sua autodestruição. Quando se passa o fogo na terra, se destroem 20 anos de preparo daquele solo”, exemplificou.
Caiado criticou ainda a letargia do governo federal e o engessamento dos Estados para investir no combate aos incêndios, devido ao teto de gastos. “Só agora o governo federal resolveu liberar verba. Já não vai resolver mais nada, o prejuízo está instalado e os Estados terão de arcar com queda na arrecadação, desemprego, óbitos e destruição do meio ambiente”, lamentou.
Durante a entrevista com Marina Franceschini, Mônica Waldvogel e Nilson Klava, o governador confirmou que vai brigar pelo direito de tomar medidas administrativas e judiciais contra quem provoca incêndios criminosos. Ele sinalizou que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). “Se o governo federal é que tipifica o crime e ele cruza os braços, o cidadão continua incendiando o Brasil inteiro, então essa é a minha opção como governador”, frisou.
O chefe do Executivo goiano destacou que mantém rigorosamente sua responsabilidade com empenho de todo o aparato para enfrentar a propagação do fogo e que detém o melhor desempenho em frentes como o combate ao desmatamento ilegal. “Goiás é o único Estado que paga por serviços ambientais. Se o cidadão deixou um hectare de Cerrado sem desmatar, vai receber quase R$ 700 por ano”, citou ao mencionar o programa Cerrado em Pé, lançado recentemente.