
A corrida presidencial de 2026 já começa a se desenhar, e o campo da direita enfrenta um dilema complexo: a falta de unidade em torno de um nome forte. A inelegibilidade de Jair Bolsonaro abriu um vácuo de liderança que até agora não foi preenchido, resultando em uma proliferação de candidaturas que podem enfraquecer o campo conservador.
Governadores como Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Tarcísio de Freitas são nomes cotados, cada um representando um segmento diferente da direita. Enquanto Caiado tenta ampliar sua projeção nacional e consolidar o apoio de setores tradicionais, Tarcísio se coloca como um nome moderado e tecnocrático. O surgimento de Gusttavo Lima no cenário adiciona uma camada de imprevisibilidade, trazendo para a arena política um fenômeno midiático com forte conexão popular, mas pouca experiência administrativa.
A fragmentação pode ser saudável ao ampliar o debate e permitir a emergência de novas lideranças, mas também carrega riscos consideráveis. A direita, que se consolidou sob a figura de Bolsonaro, precisa agora encontrar um discurso unificador que não dependa exclusivamente da presença do ex-presidente. Caso contrário, a dispersão de votos pode abrir espaço para a ascensão de adversários mais organizados e coesos.
A demora na definição de um candidato forte transmite incerteza ao eleitorado e pode estimular soluções improvisadas de última hora. O desafio para a direita está na escolha de um nome e também na construção de uma estratégia que consiga canalizar os anseios de uma base eleitoral fragmentada, sem perder de vista a necessidade de articulação política e pragmatismo.