
Morreu Padre César, aos 71 anos. O padre das estrelas, dos gatos, do violão e do vinho bom. Ele era único.
Celebrava missas como quem abraça. Por anos esteve à frente da Igreja da Reitoria Nossa Senhora de Fátima, em Goiânia, onde casou, batizou, acolheu — sempre com a boina desobediente quebrando a testa e aquele sorriso largo, que misturava ironia e ternura.
Padre César amava seus gatos, fazia questão de dizer. Também amava gente, amava a liberdade. Em 2014, abençoou um casal gay em casa, não na igreja, mas na sala dos noivos, num condomínio qualquer. Foi afastado, mas voltou. Voltava sempre. Porque ele era maior que as regras.
Moderno, humano, doce e charmoso. Um padre que fazia pensar e rir. Um homem raro, que deixou marca onde passou.
Vai em paz, padre. E que os gatos estejam te esperando do outro lado, ronronando aos pés da eternidade.







