Sessão Plenária em Goiânia para Votação de Empréstimo Milionário é Marcada por Suspensões e Questionamentos do MP-GO
A votação do controverso empréstimo de R$710 milhões à Prefeitura de Goiânia é alvo de críticas do Ministério Público de Goiás, que questiona a falta de transparência sobre a destinação dos recursos. A sessão, marcada por idas e vindas, revela uma gestão municipal em descompasso com a transparência e os princípios democráticos
A sessão plenária na Câmara Municipal de Goiânia, destinada à votação do empréstimo polêmico de R$710 milhões à Prefeitura, revelou uma série de interrupções e questionamentos, colocando em destaque a falta de transparência da administração municipal. O Ministério Público de Goiás (MP-GO) foi um dos críticos mais contundentes, apontando a ausência de detalhes sobre o destino dos recursos como ponto crucial para a suspensão da votação.
A tramitação do projeto já havia sido suspensa durante a manhã pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), em resposta ao pedido dos vereadores do Bloco Vanguarda, que apontaram a não observância do prazo regimental para a convocação da Comissão de Finanças, Orçamento e Economia. Entretanto, a liminar emitida pelo juiz Nickerson Pires Ferreira foi invalidada pelo presidente do TJGO, desembargador Carlos Alberto França, alegando a possibilidade de dano à economia pública caso a votação fosse mantida suspensa.
Nesse cenário de idas e vindas, o MP-GO solicitou a interrupção da sessão plenária, enfatizando a falta de esclarecimentos sobre o destino do montante expressivo. Segundo a justificativa do Ministério Público, a documentação que acompanha o projeto não fornece informações suficientes ou justificativas adequadas para o empréstimo. A descrição genérica das políticas públicas beneficiárias e a indicação imprecisa da localidade das obras foram destacadas como pontos problemáticos.
A decisão de suspender novamente a sessão, após a reabertura pelo presidente da Câmara, Romário Policarpo, ocorreu após análise da documentação enviada pelo MP-GO. A sessão foi encerrada às 21h30, sem a votação do projeto de lei, em consonância com a orientação do órgão ministerial.
O episódio coloca em evidência não apenas a falta de clareza na gestão municipal em relação aos recursos públicos, mas também levanta questionamentos sobre a efetiva aplicação desses recursos em benefício da população. A transparência e a responsabilidade na gestão financeira parecem ser compromissos que ficam em segundo plano, enquanto a cidade se vê diante de uma situação que demanda esclarecimentos e comprometimento com os princípios democráticos.