Sandro Mabel suspende pagamento de dívidas herdadas da gestão de Rogério Cruz
Prefeito enfrenta cenário de crise fiscal com dívida de R$ 3,4 bilhões

Em meio a uma grave crise fiscal, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), tomou uma decisão drástica: suspender temporariamente o pagamento das dívidas herdadas da gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (Solidariedade). A medida, publicada no Diário Oficial do Município (DOM) na última quinta-feira (8), busca organizar as finanças da capital, que enfrenta um rombo orçamentário de R$ 3,4 bilhões.
O decreto estabelece um prazo de 30 dias para que a Prefeitura realize um levantamento detalhado das dívidas acumuladas até 2024. Nesse período, a Secretaria da Fazenda deverá elaborar uma proposta de negociação para os débitos adquiridos tanto no último ano quanto em gestões anteriores. Os credores do município terão que apresentar 11 documentos e declarações adicionais para que possam ser incluídos em eventuais acordos futuros.
De acordo com o relatório da equipe de transição, Sandro Mabel recebeu a administração municipal com um orçamento de R$ 1,7 bilhão, dos quais apenas R$ 174 milhões estavam livres para movimentações financeiras e pagamentos. Esse quadro crítico limita a capacidade da Prefeitura de honrar compromissos e executar novas políticas públicas.
A suspensão dos pagamentos é vista como uma tentativa de reorganizar as contas e trazer transparência à gestão. No entanto, a decisão pode gerar tensões com fornecedores e credores, que enfrentam incertezas sobre quando e como receberão os valores devidos.
Transparência e austeridade
Em nota, a Prefeitura justificou a medida como necessária para “avaliar a legitimidade e regularidade das dívidas”. Sandro Mabel destacou que o decreto é uma ação estratégica para garantir que Goiânia retome o equilíbrio financeiro e a capacidade de investimento.
Enquanto isso, a oposição critica a decisão, argumentando que a suspensão pode afetar serviços essenciais e gerar desconfiança no mercado. “É fundamental que o prefeito estabeleça um cronograma claro para que os credores tenham previsibilidade”, declarou um vereador da oposição.
A população e os setores econômicos da cidade aguardam os próximos passos da gestão para compreender os impactos dessa decisão sobre o cotidiano de Goiânia e os serviços públicos.