Pitágoras Lopes e Gerson Fogaça inauguram, dia 31.10, a exposição Contrastes (ou a viagem do vagalume), com curadoria de Dayalis González
A mostra Contrastes (ou a viagem do vagalume), com os artistas Pitágoras Lopes e Gerson Fogaça terá sua abertura na plataforma digital https://mostracontrastes.com, no dia 31.10, às 20 horas e permanece até 31.11.2022. Será também disponibilizada no site da Prefeitura Municipal de Britânia, https://www.britania.go.gov.br.
Pensada para ser realizada presencialmente, no Museu de Arte de Britânia/GO, a exposição foi, no auge da pandemia de Covid-19, alterada para o formato online. Serão apresentadas 15 obras de cada artista, com formatos e técnicas diversas.
Os artistas já dividiram várias mostras, ao longo dos anos, sendo que para o ano de 2023, estarão novamente juntos, desta vez, presencialmente, em exposição a ser realizada na cidade de Bruxelas, Bélgica.
Contrastes (ou a viagem do vagalume). Com curadoria de Dayalis González e produção de Malu da Cunha, é uma exposição que propõe através das obras visuais dos artistas Gerson Fogaça e Pitágoras Lopes, um comentário crítico ao redor das problemáticas sociais e meio-ambientais que, como resultado das imigrações do campo à cidade, entre outras razões, geram superpopulação das grandes cidades.
A poluição ambiental, a superlotação, a marginalidade, a pobreza, a violência, o stress, o medo, a desumanização do indivíduo, a perda de identidade, o consumismo e a banalização, o horror do tráfego, da velocidade, do movimento, e as múltiplas máscaras com as que o homem-pirilampo se disfarça para sobreviver na selva de asfalto são os temas aos que nos remetem a obra de cada um desses dois artistas. Seus autores também são homens-pirilampos, e em primeira pessoa nos narram sua experiência de viver entre as luzes da cidade grande.
“….. Nós homens construímos um mundo tecnológico baseado em recursos que estão se esgotando e estamos ficando sem suprimentos em um curto prazo. Nós, homens, como muitas espécies animais, também estamos em perigo de extinção. De que serve então a arte se não tentar salvar a vida? De que serve a sensibilidade artística senão tocar, onde os outros não alcançam, o sentimento humano? A obra pictórica dos artistas Gerson Fogaça e Pitágoras Lopes representa esse compromisso de salvar vidas através da arte. Cada um deles, a partir de suas pesquisas e experiências individuais, desenvolveu uma carreira que os distingue. Gerson Fogaça desconstruiu repetidamente a paisagem, quebrou o espaço e as formas, para derivar numa abstração que, no entanto, continua a falar dessa realidade latente e avassaladora que nos rodeia. As explosões de cores, traços e texturas são cada vez mais eloquentes ao comentar o caos do ambiente e do espírito. Parece que pouco resta daquela criança curiosa que captou em seus desenhos as formas das coisinhas que o cercavam, mas estão todas ali, contidas naquele big bang que é o início e o fim do universo.
Enquanto Pitágoras Lopes continua a transitar livremente entre o expressionismo e a pop art, às vezes art brut e bag painting; quase obsessivamente, ele registra seus diálogos internos e aquele universo paralelo de figurações que lhe chegam do mundo real. Nesse palimpsesto de informações, tudo conta: música, línguas, culturas, notícias, mídia e a própria realidade, até mesmo criando seus próprios mitos. E não são estes, os de inventar asas para voar e mundos possíveis, mais do que estratégias de sobrevivência para o ser humano? Os vaga-lumes, aqueles insetos luminosos que evocam a nostalgia do cheiro do orvalho e do pôr do sol do campo, correm o risco de extinção, pois a luz e a poluição ambiental das grandes cidades os impedem de se reproduzir em seu habitat natural. O Cerrado não escapa disso, sendo uma das regiões do Brasil onde as diferentes espécies de vaga-lumes diminuíram significativamente nos últimos anos, o que constitui uma medidor biológico dos danos ao meio ambiente na região.
Os humanos não têm a capacidade de emitir luz, mas alguns escolhidos podem reproduzir a luz e as cores do mundo, e recompô-las em uma tela. Trata-se, então, de um convite de dois conhecidos mestres, Gerson Fogaça e Pitágoras Lopes, para acompanhá-los no seu voo rumo à luz.” Dayalis González