Outubro Rosa: Santa Catarina pode registrar 4 mil casos de câncer de mama em 2023
Mastologista Marcelo Prade destaca a importância do autoexame e do acompanhamento médico
Só em Santa Catarina, devem ser registrados 3.860 novos casos de câncer de mama em 2023. O dado é do Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) e do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que indica ainda que a incidência da doença será de 340 casos em Florianópolis. Já no Brasil, a estimativa é de 73.610 casos, o que representa 10,5% do total dos 704 mil novos casos de câncer esperados para cada ano do triênio 2023-2025. Considerando só o sexo feminino, 20,3% das mulheres, serão acometidas pela doença no país. No mundo, de acordo com a Globocan 2020, a incidência de câncer de mama é de 2.261.419 casos.
O médico Marcelo Prade, que é especialista em mastologia e reconstrução de mama desde 2021, destaca que a prevenção do câncer de mama não deve ser realizada somente no Outubro Rosa, mas sim ao longo do ano todo.
“É comum em outubro, ainda mais graças as campanhas de conscientização, falar sobre o câncer de mama, que é o mais incidente em mulheres, depois do câncer de pele não melanoma. Creio que esse mês seja fundamental para desmistificar tabus, um deles é que a doença pode afetar homens também, incentivar a realização de exames que podem ajudar no diagnóstico precoce e aumentar a qualidade de vida do paciente até a cura da doença”, destaca o médico que faz parte da equipe de mastologia do Cepon, em Florianópolis.
O especialista comenta que durante o mês são realizadas diversas campanhas que incentivam a realização de exames de rotina, como o autoexame, mamografia e ultrassom de mamas. Segundo o mastologista, esses dois últimos devem ser realizados anualmente, ou conforme a idade e os fatores de risco.
“A evolução da medicina é constante, tanto que atualmente é possível fazer o rastreamento e identificação das lesões, antes mesmo da formação de nódulos nas mamas. No entanto, medidas preventivas são fundamentais. E pequenas atitudes como manter um estilo de vida saudável, reduzindo a ingestão de embutidos, mantendo uma alimentação mais natural, controlando o peso e praticando atividades físicas regularmente, podem ajudar nessa prevenção”, ressalta.
Retirada das mamas e a autoestima feminina
Uma das preocupações, principalmente das mulheres, é saber como lidar com a autoestima, ainda mais em casos que existe a necessidade da retirada das mamas. Prade explica que a mastologia tem evoluído muito, e se antes era preciso fazer uma mastectomia, ou seja, a retirada total da mama, agora é possível, em alguns casos, realizar procedimentos menos invasivos.
“É importante deixar claro que cada caso deve ser individualizado, mas, sabemos que a retirada da mama não é mais uma obrigatoriedade no tratamento. Em alguns casos, cirurgias menores permitem que a paciente se recupere mais rápido e não tenha deformidades na mama, o que ajuda na melhora da qualidade de vida dela”, salienta o médico.
Já em alguns casos, é preciso fazer uma cirurgia plástica, que além de melhorar os resultados estéticos, proporciona uma melhora na autoestima das pacientes. São procedimentos como mamoplastia, que tem como objetivo alterar o formato e o volume das mamas, a fim de deixá-las mais harmoniosas, a colocação de prótese de silicone, lipoaspiração e colocação de gordura, que permitem um tratamento oncológico de qualidade.
“Essas técnicas são fundamentais para o aumento do bem-estar das pacientes que passam por esse momento tão delicado. Tanto que quando é necessário fazer a mastectomia, já é realizada a reconstrução da mama na mesma cirurgia. Ainda mais, que em algumas situações ocorre uma queda de cabelos em decorrência da realização da quimioterapia. São situações que impactam na feminilidade e imagem da mulher. Por isso, focamos em tecnologia para que possamos melhorar essas sequelas do tratamento e dar apoio e acolhimento”, explica.
Prade destaca ainda, que além dos profissionais na área da oncologia e mastologia, é fundamental o apoio de uma equipe multidisciplinar, com psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, radiologistas, radioterapeuta e terapia ocupacional.