O perfil perfeitamente compreensível do esfaqueador
Os movimentos undergrounds brasileiros e nova esquerda.
Os jornalistas não conseguem compreender o perfil do esfaqueador de Bolsonaro. Eu posso explicá-lo perfeitamente, vejamos:
– antiliberal, culpa o liberalismo, pelo qual, para ele, o homem perde contato com o divino parindo verdade por si mesmo,; atribui a culpa da decadência da Igreja ao iluminismo que ao fim redundou no liberalismo;
– no centro desta decadência está, para ele, a maçonaria como núcleo conspiratório contra a Igreja, sendo o braço oculto de todas as manobras nesta tomada de espaço no poder;
– junto a esta conspiração maçônica estão os judeus, como povo-classe que deseja a sucumbência da civilização cristã baseada na fraternidade essencial; o liberalismo, suposta antítese deste mundo ideal, pugna pela liberdade dos indivíduos de afirmarem em plena liberdade a sua mundivisão desabastecida de toda transcendência que supera, portanto, as limitações das baixas paixões e instintos;
– finalmente, fazendo uma síntese destas idéias, conjuga o coletivismo anti-individualista do cristianismo e do comunismo, por isto enxergando um tradicionalismo convergente com o socialismo, no feitio das idéias loucas de Alexander Duguin.
– Bolsonaro, como personagem que defende o Estado liberal contra a esquerda, é para ele o emblema dessa decadência. Logo, esfaqueá-lo é justificado estoicamente na sua luta demencial e quixotesca contra “o mal”.
Noutras palavras, o esfaqueador, ainda que chucro, é um espécime exemplar daquilo que se denomina como terceira via, a nova esquerda, alinhavada com o fascismo tradicionalista sob a bandeira do coletivismo utópico.
Eu poderia citar o nome de diversos desses grupos aqui, mas por enquanto fiquemos nisto.