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Mulher que chegou da China há quatro dias está com suspeita de coronavírus, em Belo Horizonte

A misteriosa pneumonia que está assustando a Ásia pode ter chegado no Brasil. Nesta quarta-feira (20), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais emitiu uma nota informando que uma mulher de 35 anos está internada num hospital de Belo Horizonte com suspeita de coronavírus.
A paciente esteve Xangai, na China, recentemente, e desembarcou na capital mineira há quatro dias, “com sintomas respiratórios compatíveis com doença respiratória viral aguda”, segundo o comunicado. O estado de saúde dela é estável e o caso segue em investigação
Até o momento 17 mortes foram confirmadas. Desde dezembro, mais de 440 pessoas foram infectadas. O surto teria sido causado por um tipo de coronavírus, semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars). O mesmo que, em 2003, começou na China e se espalhou por todo o mundo, infectando milhares e matando mais de 800 pessoas.
A primeira cidade a registrar o surto da doença misteriosa foi Wuhan, uma cidade chinesa com 11 milhões de moradores. O alarme soou quando outros casos foram registrados na Coréia do Sul, Tailândia, Japão e outras partes da China, principalmente, envolvendo viajantes que passaram por Wuhan.

Sempre existe uma preocupação quando um novo vírus surge. Afinal, a população não tem imunidade e ainda não existem tratamentos ou vacinas específicas. Passageiros de voos chineses que desembarcam em aeroportos dos Estados Unidos já estão passando por uma filtragem e sendo submetidos a exames. Esse novo coronavírus causa complicações respiratórias e nunca tinham sido detectados em seres humanos.

Indústria farmacêutica

A indústria farmacêutica tem investido alto para acompanhar as demandas que vem surgindo pelo mundo. “Segundo os cálculos do Tufts Center for the Study of Drug Development dos Estados Unidos, o gasto médio com Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) de novos medicamentos gira em torno de USS 1,2 bilhão a USS 1,8 bilhão”, explicou o empresário do ramo farmacêutico, Valter Luís Macedo de Carvalhaes Pinheiro. Ainda assim, situações de surtos como esse da Ásia acontecem e fazem com que a comunidade global se mobilize em busca de solução.

Especialistas ingleses, do centro de pesquisas na Imperial College de Londres, que estão acompanhando o caso não acreditam nos números divulgados pelas autoridades chinesas e apostam em mais de mil infectados em todo o mundo. “Para que Wuhan exporte três casos para outros países, deve haver muito mais casos do que os anunciados”, explicou à BBC o professor Neil Ferguson. “Estou muito mais preocupado do que há uma semana”, lamentou.

Entre 5% e 10% dos adultos e de 20% a 30% das crianças de todo o mundo contraem gripe todos os anos, e entre eles morrem de 290 mil a 650 mil. Diante desses números da Organização Mundial da Saúde (OMS), especialistas chineses pedem a cooperação mundial para prevenir e controlar os surtos de gripe. O apelo foi reforçado pelo presidente chinês, Xi Jinping, que se pronunciou pela primeira vez sobre o surto nesta segunda-feira (20/01) e exigiu que o vírus seja “completamente contido”.

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