
O que se viu no Supremo Tribunal Federal foi um triste espetáculo. O advogado e ex-senador Demóstenes Torres, cercado de livros e citações para tentar dar ar de ilustração, terminou por se reduzir a muito pouco: pior que palhaço de circo, arrancando risadinhas sem jamais convencer da seriedade de sua missão.
Não parecia ali para defender o almirante Almir Garnier — tarefa que ele próprio sabe ser árdua demais. Seu objetivo era outro: aparecer, provocar frisson e colecionar imagens para 2026, quando sonha em voltar como candidato a deputado federal. Para isso, não hesitou em declarar que levaria “cigarro” a Bolsonaro, gesto calculado para agradar aos fiéis seguidores do ex-presidente.
O detalhe é que nenhum bolsonarista goiano votará em Demóstenes, e a classe média mais remediada e culta, que um dia o aplaudiu, hoje já enxerga com desconfiança a caricatura em que se transformou o “senador querido”. Em vez de dignidade, entregou um número barato — e revelou que sabe se diminuir quando o que quer é apenas aparecer.