Goiânia sedia o 40º Congresso Brasileiro de Reumatologia

Goiânia, outubro de 2023_O Congresso Brasileiro de Reumatologia 2023, maior evento da especialidade da América Latina, começa amanhã dia 4 e se estende até o dia 7, no Centro de Convenções de Goiânia. O evento é organizado pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e contará com uma extensa programação científica com cursos, mesas redondas, conferências, simpósios, sessão de temas livres debatendo os principais temas da especialidade, além de encontro de pacientes, atividades culturais e premiações aos trabalhos e pesquisas mais expressivos sobre a Reumatologia no país, na atualidade.

Além de reunir profissionais renomados do setor do Brasil, o congresso também contará com palestrantes internacionais vindos de países como Estados Unidos, França, Canadá, Uruguai, Austrália, Paraguai e Itália, que discutirão os mais recentes avanços da especialidade em uma programação diversificada e dinâmica. A programação completa do evento está disponível em Link .

São destaques na programação conferências internacionais com os especialistas franceses Jacques-Olivier Pers, que concentra pesquisas em medicina de precisão, e Laurent Arnaudm, professor titular de Reumatologia na Strasbourg University & Academic Hospitals, que lidera um grupo de pesquisa com foco em estratégias inovadoras para estudar a epidemiologia de doenças autoimunes, dos professores Janet Pope, do Canadá, com experiências de pesquisas em esclerodermia, Lupus Eritematoso Sistêmico e Artrite Reumatoide, do diretor do Hospital Geral de Massachusetts (MGH), John Stone, dos Estados Unidos, do italiano Savino Sciascia, professor de Nefrologia no Centro Universitário de Excelência em Nefrologia, Reumatologias e Doenças Raras (ERK-Net, ERN-Reconnect e Membro RITA-ERN), Unidade de Nefrologia e Diálise e Centro de Imuno-Reumatologia e Doenças Raras (CMID), na Universidade de Turim, entre outros convidados internacionais.

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Marco Antônio Araújo da Rocha Loures,o XL Congresso Brasileiro de Reumatologia 2023 é o evento mais aguardado da especialidade no país e uma das mais importantes oportunidades para o compartilhamento de informações e aprimoramento de conhecimentos entre os reumatologistas de várias partes do mundo.

SUGESTÕES DE PAUTAS DA PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA

Entre os convidados internacionais, o francês Jacques-Oliver Pers dará muito foco em medicina de precisão. Ele coordenará a conferência “Classificação molecular na doença de Sjögren: distinção de fenótipos e estratégias de tratamento de precisão” .

Pauta – Especialistas debatem o uso medicinal da Cannabis no tratamento de pacientes com doenças reumáticas.
Tema polêmico, o uso da cannabis medicinal para o tratamento de algumas doenças crônicas ainda causa muita discussão. O assunto já provocou batalhas jurídicas, chegou às redes sociais e, até mesmo entre especialistas, não há consenso sobre o tema.

Goiânia, outubro de 2023_Há registros da utilização da planta no alívio da dor e inflamação das articulações datados de quase três mil anos atrás. Hoje muitos médicos afirmam que há potencial na utilização do canabidiol (CDB), substância extraída da Cannabis, usado como analgésico, sedativo e anticonvulsivo no tratamento de doenças como epilepsia, Parkinson, esclerose múltipla e enfermidades reumáticas que causam dores crônicas como a fibromialgia, por exemplo. Os que se posicionam contra sua utilização dizem que ainda há poucas evidências clínicas nos estudos realizados até aqui, principalmente no que diz respeito às doenças reumáticas como artrite reumatoide, esclerose múltipla e outras. Além disso, apontam o acesso descontrolado ao medicamento sem a devida supervisão médica e o alto custo dos produtos comercializados.

Uma discussão aprofundada sobre o tema acontecerá durante o 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia que será realizado em Goiânia, no dia 7 de outubro. O debate Cannabis medicinal no tratamento da dor: contra ou a favor? terá a presença das reumatologistas doutoras Selma da Costa Silva Merenlender, Diretora técnica do Centro Multidisciplinar Fluminense e Alessandra de Sousa Braz, Professora de Reumatologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ambas membras da Sociedade Brasileira de Reumatologia.  

Avanços nos transplantes de células-tronco podem trazer benefícios a pacientes com doenças reumáticas

Transplante de células-tronco nas doenças reumáticas com apresentação dos principais estudos nacionais e internacionais e indicações para o transplante com o perfil do paciente ideal para receber o tratamento serão abordados no 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia

Goiânia, outubro de 2023_Além da esclerose sistêmica, doença reumática autoimune que afeta principalmente mulheres na faixa dos 30 a 50 anos, outras doenças reumáticas, como lúpus eritematoso sistêmico, podem ser beneficiadas pelos avanços das pesquisas com terapia celular. O assunto será abordado no 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia, no dia 5 de outubro, por duas conferências ministradas pela Dra. Maria Carolina de Oliveira Rodrigues, professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, pesquisadora do Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto e membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. A palestra Transplante de células-tronco nas doenças reumáticas apresentará as novidades sobre os transplantes para doenças reumáticas, abordando principalmente a esclerose sistêmica, doença reumática mais transplantada atualmente, e outras doenças da área. “Serão apresentados os principais estudos nacionais e internacionais, indicações para o transplante com o perfil do paciente ideal para receber o tratamento, além dos recentes avanços e os desafios para o futuro”, afirma a doutora.

Pauta – O presente e o futuro das vacinas com as plataformas de RNA mensageiro

Pacientes com doenças autoimunes são beneficiados pela nova tecnologia, devem estar atentos à vacinação e ter acompanhamento médico adequado. Plataformas vacinais mRNA: presente e futuro serão discutidas no 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia, que será realizado em Goiânia.

Goiânia, outubro de 2023_A produção de vacinas costumava demorar muito tempo, às vezes décadas, para sair dos laboratórios de pesquisa e chegar à população. Durante a epidemia de Covid, em 2020, vimos a rapidez com que vacinas foram desenvolvidas e imunizaram pessoas de todo o mundo. Enquanto a vacina contra a Catapora demorou 41 anos para ser desenvolvida e a da Hepatite B, 16 anos, por exemplo, a de Covid foi disponibilizada em menos de um ano. Segundo o Dr. Cristiano Zerbini, diretor do Centro Paulista de Investigação Clínica (CEPIC) e membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), isso foi possível graças ao uso de uma tecnologia chamada de RNA mensageiro (mRNA), que utiliza um código genético para estimular o sistema imunológico no combate às doenças. Essa tecnologia também beneficia os pacientes reumáticos que têm doenças autoimunes, são imunossuprimidos, com imunidade muito baixa, e podem, dessa maneira, tomar vacinas com maior eficácia e de forma mais segura. “É importante que o médico reumatologista cheque a carteira de vacinação dos pacientes para garantir a imunização adequada e com segurança, de preferência antes do início do tratamento”, afirma o Dr. Zerbini. O médico abordará esse assunto durante o 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia que será realizado em Goiânia, no dia 5 de outubro, em sua palestra Plataformas vacinais mRNA: presente e futuro. Na oportunidade, o reumatologista apresentará um panorama detalhado da produção atual das vacinas e o seu desenvolvimento no futuro, assim como as implicações e cuidados da vacinação em pacientes reumáticos.

Pauta – Osteoporose de ponta a ponta (mais de 20 aulas com abordagens em osteoporose) / Osteoporose Masculina em alta

Goiânia, outubro de 2023_ A perda da qualidade óssea é muito evidente na mulher após a menopausa, fase que marca uma queda acentuada na produção de estrogênio, hormônio sexual feminino, que têm um efeito protetor sobre o esqueleto. Entretanto, nos homens mesmo que não ocorra uma perda abrupta de hormônios sexuais como ocorre nas mulheres, o diagnóstico tardio da doença é um fator bastante preocupante. “O homem ainda não está acostumado a fazer exame de densitometria óssea, realizando apenas quando ocorre uma fratura, e é preciso uma mudança de comportamento, neste sentido”, alerta o especialista. O declínio hormonal masculino ocorre gradativamente a partir da quarta ou quinta década de vida. “Apenas 10% dos homens com osteoporose recebem tratamento adequado e 50% dos casos de osteoporose em homens têm causa secundária”, ressalta Rafael Navarrete, presidente do XL Congresso Brasileiro de Reumatologia 2023

Pauta – A melhora da dor na osteoartrite/artrose

Novas opções de tratamento para a doença incluem o bloqueio dos nervos geniculares ou ablação por radiofrequência, serão discutidas durante o 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia, que será realizado em Goiânia.

Goiânia, outubro de 2023_A osteoartrite, ou artrose como é mais comumente conhecida, é uma doença articular que, segundo a Organização Mundial de Saúde, acomete cerca de 18% das mulheres e 10% dos homens com mais de 60 anos. Além disso, representa de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de Reumatologia, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). A doença causa muita dor e acaba impondo limitações no dia a dia dos pacientes, sendo responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho no país, conforme dados da Previdência Social no Brasil.

“As articulações mais acometidas pela osteoartrite são os joelhos, os quadris e as mãos, causando grande impacto nos pacientes que acabam por consumir muitos analgésicos e anti-inflamatórios que podem estar associados a alguns eventos adversos”, afirma o Dr. Murillo Dório, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele, alguns procedimentos para a melhora das dores nesses casos são o bloqueio de nervo genicular ou a ablação por radiofrequência.

O médico abordará, durante o 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia que será realizado em Goiânia, no dia 7 de outubro, novos procedimentos para a melhora das dores da osteoartrite de joelhos em sua palestra Bloqueio de nervos periféricos.

Pauta – Sarcoidose é doença rara que afeta múltiplos órgãos

Doença inflamatória sistêmica deve ser diagnosticada e tratada em fase inicial com objetivo de conseguir melhor resposta clínica e garantir melhor qualidade de vida aos pacientes

Goiânia, outubro de 2023_Segundo estimativas do Ministério da Saúde, entre 6% e 8% dos brasileiros são portadores de algum tipo de doença rara. Cerca de 80% desses distúrbios têm origem genética, enquanto causas ambientais, infecciosas e imunológicas respondem pelo restante dos casos. Entre essas enfermidades raras, a sarcoidose é uma doença que faz com que surjam granulomas e aumento de gânglios, resultando no aparecimento de múltiplos nódulos inflamatórios que podem afetar vários órgãos como pulmões, coração, fígado, pele, olhos e até mesmo o sistema nervoso central.

Segundo o reumatologista Dr. Ivânio Alves Pereira, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), um dos principais desafios é que os achados clínicos encontrados em pacientes com sarcoidose costumam ser confundidos com outras condições, como infecções e fibrose pulmonar de outras causas. “A sarcoidose é tratada com inúmeras medicações como corticoide, imunossupressores e mesmo medicamentos biológicos. O reumatologista tem cada vez mais se aprofundado nos novos conhecimentos e tratamento desta doença”, afirma ele.
Pauta – Os desafios para a gravidez em pacientes com doenças reumáticas

Doenças reumáticas afetam com mais frequência mulheres na idade reprodutiva e podem provocar dificuldade para engravidar e outros problemas que, felizmente, podem ser controlados com o acompanhamento médico adequado.

Goiânia, outubro de 2023_A maior parte das doenças reumáticas são de ordem inflamatória que comprometem as articulações e a coluna, além de outros órgãos como rins, pulmões, coração, pele e sistema nervoso. Algumas delas são desencadeadas por alterações imunológicas, chamadas de doenças autoimunes. Um problema adicional é que esse tipo de enfermidade ocorre com mais frequência em mulheres em idade reprodutiva e algumas dessas doenças reumáticas podem provocar também dificuldades para engravidar, abortos, nascimento de prematuros, além de outros problemas.

“Com o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes, muitas mulheres com doenças reumáticas podem ter seus sintomas controlados, mantendo a doença em remissão durante a gravidez”, afirma a reumatologista Dra. Cristina Costa Duarte Lanna, professora da Universidade Federal de Minas Gerais e membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). “Em conjunto com o obstetra, os reumatologistas podem ajudar as pacientes a planejar e gerenciar uma gravidez bem-sucedida”, completa ela. Essa cooperação entre os especialistas é essencial para o controle da atividade inflamatória da doença materna e para garantir o desenvolvimento normal do feto. No pós-parto esta equipe deverá incluir também o pediatra. Idealmente a gravidez deve ser programada e a paciente ser esclarecida quanto aos riscos e à importância do acompanhamento regular durante toda a gestação. Todos esses temas de terapêutica pré-concepção e durante a gravidez serão abordados durante a mesa redonda: Gravidez em pacientes com doenças reumáticas imunomediadas – desafios no tratamento, em que a reumatologista Cristina Costa Duarte Lanna participará, no dia 6 de outubro, durante o 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia, que será realizado no Centro de Convenções de Goiânia, na capital de Goiás.

Pauta – Infecções nos pacientes reumáticos

Doenças como a tuberculose, dengue e Chikungunya são frequentes em quem já sofre com doenças reumáticas. Uma mesa redonda intitulada Tuberculose latente em situações difíceis discutirá os aspectos práticos da infecção pela tuberculose e doenças reumáticas imunomediadas, durante o 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia, que será realizado no Centro de Convenções de Goiânia, na capital de Goiás.

Goiânia, outubro de 2023_Pacientes reumáticos estão mais suscetíveis a diversos tipos de infecções, o que pode complicar seu curso clínico devido ao desequilíbrio imunológico causado pela própria doença ou pelo uso dos medicamentos imunossupressores empregados no seu tratamento. Enfermidades como a tuberculose, uma das doenças infecciosas mais conhecidas que desencadeia graves problemas pulmonares, e as arboviroses, doenças transmitidas por picadas de mosquitos como dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela, podem acometer os pacientes com doenças reumáticas. O Brasil é o país com o maior número de casos notificados de tuberculose nas Américas. Em 2022, cerca de 80 mil pessoas adoeceram pela doença no país, segundo dados do Ministério da Saúde. Somente a dengue acometeu mais de 1,4 milhão de brasileiros no ano passado. “Estas doenças podem ter em seu quadro clínico manifestações relacionadas ao aparelho osteoarticular e, no caso da Chikungunya, uma proporção considerável de pacientes pode evoluir para uma artropatia crônica, como artrite reumatoide e espondiloartrites”, afirma a Dra. Viviane Angelina de Souza, coordenadora da Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). Segundo ela, o reumatologista tem um papel fundamental na condução destes casos, para a instituição de uma abordagem terapêutica precoce e adequada, contribuindo para uma evolução favorável dos pacientes. Dois temas relacionados às infecções nos pacientes reumáticos que são de grande importância na prática clínica serão abordados durante o 40° Congresso Brasileiro de Reumatologia, que será realizado no Centro de Convenções de Goiânia, na capital de Goiás. Uma mesa redonda intitulada Tuberculose latente em situações difíceis discutirá os aspectos práticos da infecção pela tuberculose e doenças reumáticas imunomediadas. Além disso, uma conferência abordará a Atualização no manejo das arboviroses, principalmente a Chikungunya e a dengue.