Manoel Santos faz vernissage sob o tema “Visão Naiff sobre o Cerrado”, e retrata as belezas de Goiás. Obras do servidor da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) ficarão expostas no Hospital Alberto Rassi (HGG), a partir desta terça-feira (04/10), e integram programa de humanização criado pela unidade hospitalar
O gari e artista plástico Manoel Santos participa, a partir desta terça-feira (04/10), do Projeto Arte no HGG, com a exposição “Visão Naiff sobre o Cerrado”, que inclui 40 quadros que retratam seu olhar sobre as belezas do Estado de Goiás. As obras retratam a mistura de animais e o cotidiano urbano em pinturas coloridas e divertidas, que estão inseridas no programa de humanização do Hospital Alberto Rassi (HGG), localizado na Avenida Anhanguera, em Goiânia.
Manoel Santos tem 40 anos de carreira como artista plástico e trabalha como gari na Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) desde 2006. Ele atua na varrição das ruas nas imediações dos setores Marista e Sul, mas divide seu tempo com pinturas e gravuras, além de também fazer trabalhos com cerâmica e desenho.
No conjunto de obras em que intitulou como “Visão Naiff sobre o Cerrado”, o artista plástico se inspirou na sua infância, quando “se despertava para o amor pela natureza”. “Sempre admirei e sou um observador dos animais, do verde, dos frutos e das árvores”, explica o gari, ao lembrar que nessa série resgata os elementos do Estado de Goiás em toda sua essência.
Os pacientes e visitantes do HGG poderão contemplar as obras do pintor, que são feitas na técnica acrílica sobre tela. Embora não seja uma exposição de vendas, todas elas poderão ser adquiridas direto com Manoel, caso haja interesse por parte do público.
Além desta exposição, Manoel está entre os 89 selecionados para o “Goiânia em Arte Door”, edição de 2023, uma mostra realizada pela Prefeitura de Goiânia que reuniu grandes artistas goianos. “Para mim, é uma honra poder estar entre nomes importantes da arte goiana e poder representar minha classe”, avalia.
Manoel tem 57 anos, se profissionalizou artista plástico em 1982, frequentou o Instituto de Artes da Universidade Federal de Goiás (UFG) e, desde então, se mantém presente em exposições constantes em galerias de Goiânia, tanto coletivas quanto individuais. Ele é considerado pela crítica especializada um representante da arte primitiva goiana, que carrega a força das cores primárias e a ausência de perspectiva e simetria.
Quando trabalha com cerâmica, também se utiliza dos mesmos temas das telas, fauna tropical e complexos mosaicos. Nas ruas de Goiânia, alguns de seus trabalhos já puderam ser vistos em diversos locais. Ele ganhou um documentário do cineasta e diretor Ângelo Lima. O curta-metragem tem duração de 18 minutos e, além da vida profissional de Manoel, apresenta o lado artístico dele com cenas que mesclam o trabalho do gari e o de artista plástico.
Fotos: Francis Maia
Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) – Prefeitura de Goiânia