Elas não têm salário ou renda, mas já têm grande influência nas decisões de compra na sua família. Sim, estamos falando delas, as crianças. Desde a escolha do local onde se vai almoçar ou jantar no fim de semana, passando pelo destino onde passar férias, que carro comprar e, não se espantem, até mesmo que tipo imóvel adquirir. Cada vez com mais direito a voz, os pequenos influem efetiva e diariamente nos hábitos de consumo das famílias.
Um recente levantamento feito pelo Facebook demonstra que há muito tempo a criançada não escolhe só seus brinquedos. Conforme a pesquisa “Meet the Parents” , 59% dos pais ouvidos disseram que seus filhos têm mais impacto nas decisões de compras que eles mesmos tinham quando eram crianças.
No caso da compra do imóvel da família, a opinião dos pequenos é considerada já na fase de pesquisa. “Hoje em dia os pais buscam muito saber o que os filhos acharam dos locais onde estão pensando em morar. A pergunta recorrente é se há área adequada para o lazer e entretenimento das crianças. Caso não tenham no projeto, a compra pode não ser concluída, pois o projeto atender as necessidades delas tem peso”, conta o corretor de imóveis Reinaldo Coelho, que integra a equipe de vendas da Loft Construtora.
Empreendedor imobiliário, o diretor da Loft Construtora, Gustavo percebe essa realidade nos resultados de suas vendas de seus residenciais. Um deles, o Ecovillaggio Castelo Branco, tem três mil metros quadrados de área de lazer, lembra um enorme quintal de casa, contando, inclusive, com pés de mangueiras que já eram originárias do terreno. “Uma boa área de lazer com espaço para as crianças se divertirem atrai, principalmente, os recém-casados, que antes mesmo de terem seus filhos, têm a decisão da compra do imóvel influenciada por eles”, confirma Gustavo Veras, diretor da Loft Construtora.
Brinquedoteca nos bares e restaurantes
Especialista em gestão e atendimento, a diretora da SPIA Consultoria, Fernanda Fleury, afirma que as empresas estão sim cada vez mais atentas a esse poder de influência das crianças e têm projetado seus produtos com o objetivo de atrair cada vez mais elas. Além do setor imobiliário, outro segmento que já percebeu isso foi o de bares e restaurantes, que vem se adaptando para receber os pais com seus filhos pequenos. “Além da compra de um imóvel que tenha áreas para o lazer das crianças, os pais passam também a frequentar locais que se adequem para atender seus filhos. Temos exemplos de locais em Goiânia que expandiram suas brinquedotecas para a diversão de toda a família e isso tem aumentado o movimento e consequentemente o lucro”, pontua.
A consultora ressalta também que a chamada memória afetiva também tem interferido nesse processo. “Há espaços que têm o foco no consumo do adulto, mas mesmo assim usam uma estratégia de mercado implantando áreas para o entretenimento infantil. Desta forma os pais levam seus filhos, que criam uma memória afetiva desses locais e assim, passam a também frequentá-lo quando crescem, simplesmente pela lembrança de terem estado neste restaurante ou comércio quando eram pequenos, fidelizando o cliente desde a infância”, pontuou.
