Covid-19 afeta resultados de hospitais privados no Norte e Centro-Oeste
No ano passado, a taxa de ocupação no Norte e Centro-Oeste foi de 67,45%, próxima à média nacional de 67,59%. Analisando as saídas hospitalares, é possível verificar que, em geral, as regiões registraram números bem abaixo da média brasileira.
Em relação à Covid-19
– Entre os associados à Anahp, os maiores picos de ocupação de leitos exclusivos para pacientes com Covid-19, desde o início da pandemia, foram em março (alas: 89,6%, UTI: 97%), abril (alas: 71,1%, UTI: 92,9%) e maio de 2021 (alas: 71,6%, UTI: 91,6%).
– O pico de mortalidade de pacientes com Covid-19 nos hospitais associados à Anahp ocorreu em março de 2021, quando chegou a 15,1%, superando a taxa de 14,9% de agosto de 2020, até então o pior mês desde o início da pandemia.
– A relação entre o número de pacientes na urgência e emergência com suspeita de Covid-19 e os atendimentos totais no setor, que vinha apresentando diminuição desde dezembro de 2020, voltou a aumentar em março de 2021. Esse último resultado (25%) foi o maior observado desde os meses de julho (20,2%), novembro (22,1%) e dezembro (21,8%) de 2020, que registraram taxas acima de 20% no período analisado.
– O índice de pacientes com suspeita de Covid-19 atendidos no pronto-socorro (PS), que tiveram o diagnóstico positivo confirmado para a doença, apresentou pequena redução em janeiro de 2021 (33,1%), em comparação a dezembro de 2020 (37,8%). Em março de 2021, entretanto, a incidência de Covid-19 registrou a maior taxa observada desde o início da pandemia no Brasil: 45,3%.
Em relação à empregabilidade
– Com o súbito aumento no número de casos no Brasil, a demanda por profissionais de saúde cresceu exponencialmente. Em 2020, foram gerados 111 mil novos empregos formais no setor de saúde, mais da metade (78 mil) para as atividades de atendimento hospitalar.
– Junto com às novas contratações, cresceu também o absenteísmo. O contágio de profissionais da saúde e o esgotamento (burnout) são fatores que explicam o forte aumento na taxa, que saiu de 2,16% em 2019 para 3,56% em 2020. Já em relação a este ano, o absenteísmo (menor ou igual a 15 dias) também apresentou aumento na comparação com o primeiro trimestre de 2020 (2,4%) e 2021 (3,4%).
Em relação aos negócios
– As novas contratações, somadas a outros aumentos de despesas e à queda da receita dos hospitais privados devido à mudança no perfil do paciente, fizeram com que, no acumulado de 2020, a margem EBITDA ficasse em 8,04%. O valor representa uma queda significativa de 4,36 pontos percentuais, quando comparado ao mesmo período de 2019, e uma redução ainda maior quando comparado ao resultado de 2018 e 2016.
– Já o primeiro trimestre de 2021 trouxe números melhores, com EBITDA de 13,3% – um crescimento de 4,9 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano passado (8,4%).
– Além do impacto do cancelamento de cirurgias eletivas, o custo de materiais e medicamentos também foi um grande desafio encontrado pelos hospitais, devido à alta dos preços, em função da escassez e da alta procura durante a pandemia. Em 2020, essa despesa, em relação às demais, ficou em 11,48%, enquanto em 2019 foi 10,63%.
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6ª Nota Técnica do Observatório: https://conteudo.anahp.com.br/
Observatório 2021: https://conteudo.anahp.com.br/