Segundo ele, há possibilidade de que as placas tenham sido responsáveis pelo aumento da propagação das chamas. O especialista ressaltou que o município aplica corretamente o protocolo de intervenção após o incêndio.
“Desde 2019, temos solicitado a remoção desse material nos relatórios. A prefeitura já sinalizou que vai rever a instalação desse ACM. Ele não contribui do ponto de vista da segurança, atrapalha a durabilidade e a funcionalidade fica comprometida. Hoje, muito em função do desempenho do ACM, o viaduto está interditado, ou seja, a funcionalidade dele para a população não é cumprida”, disse Ricardo Barbosa Ferreira.
O conselheiro do Crea explicou que uma estrutura como um viaduto precisa conter três requisitos fundamentais: segurança, durabilidade e funcionalidade. De acordo com o especialista, o ACM não é indicado por interferir nessas áreas.
“O ACM nesse tipo de estrutura afeta a segurança. É recorrente a quebra das placas que, ao atingirem um pedestre, um motociclista, podem trazer consequências muito graves. Segundo ponto, é o que vimos hoje. No caso de um incêndio, é um sanduíche que tem plástico, se constitui material combustível e propaga chamas. Afeta a funcionalidade porque impede a visualização da estrutura real. Isso atrapalha a inspeção do profissional técnico”, avaliou.
O prefeito Rogério Cruz afirmou que o município já tem projeto que propõe retirada das placas de ACM, que serão substituídas por artes urbanas. “Todos conhecem os problemas que elas causam. Antes do incidente, nós já tínhamos placas caindo, com o vento ou até mesmo a trepidação do trânsito. Já era projeto nosso a retirada, e implantar arte urbana nos viadutos”, disse.
Protocolo
O coordenador do Crea, Ricardo Barbosa Ferreira, avaliou que a Prefeitura de Goiânia aplica corretamente o protocolo de intervenção após o incêndio. Segundo ele, a interdição tem o objetivo de resguardar a integridade dos usuários da estrutura.
“Neste momento do acidente, temos um protocolo de intervenção. Você tem que fazer o contingenciamento. Isso está sendo seguido, primeiro interditar, resguardar a integridade física dos usuários. Segundo passo é fazer uma inspeção extraordinária. Os engenheiros da Seinfra conhecem o protocolo, e o estão cumprindo. A estrutura vai ser limpa, vistoriada. Vão ser avaliadas as questões técnicas, para se chegar a uma decisão final se vai liberar para tráfego”, informou.
O Crea trabalha em sistema colaborativo com a Prefeitura de Goiânia, junto com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), e o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape). As instituições contam com 50 engenheiros, que avaliam periodicamente 121 estruturas da cidade. Os relatórios são enviados para o município com orientações sobre prioridades de manutenção.
Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) – Prefeitura de Goiânia