
A Coalizão Negra por Direitos lançou um manifesto com o objetivo de promover mudanças e aumentar a participação de pessoas negras nas eleições municipais deste ano. Composta por mais de 290 organizações e coletivos negros de todo o país, a instituição divulgou o “Manifesto do Quilombo nos Parlamentos”, que apresenta estratégias para combater a desigualdade racial na política.
“A presença nos espaços de poder e decisão é uma demanda histórica do movimento negro, pois a contribuição da população negra para a construção do Brasil é inegável”, destaca o manifesto.
Focada nas eleições de 2024, a coalizão também direciona atenção para a distribuição de fundos partidários, identificação de possíveis fraudes nas cotas raciais e combate à violência política. Segundo Ingrid Farias, membro da coordenação da instituição, a coalizão foi criada para exercer influência política nos poderes executivo, legislativo, judiciário e em nível internacional.
Bancada negra ainda é minoria
Ingrid enfatiza que a intenção é transformar o atual cenário político dominado por grupos historicamente no poder. Atualmente, a bancada negra representa menos de 30% do parlamento.
Nas eleições de 2022, a Coalizão Negra apoiou a pré-candidatura de 144 membros do movimento negro, resultando em 4.093.148 votos, que equivalem a 3,46% dos votos válidos. Desses candidatos, 29 foram eleitos: 11 para a Câmara Federal, representando 23%, e 18 para Assembleias Estaduais, correspondendo a 19%.
Ingrid também salienta a importância da participação de grupos marginalizados na política.
“Neste ano, o Quilombo dos Parlamentos está focado em denunciar como o sistema político eleitoral tem se alterado nos últimos anos para beneficiar partidos e instituições tradicionais, dificultando a entrada de mulheres, pessoas negras e indígenas na política. Portanto, entendemos que é crucial ter uma presença forte neste momento eleitoral e também no período pós-eleitoral”, afirma.