Impressionada com a autossuficiência no cultivo de arroz de Goiás, a Embaixada da China no Brasil realizou uma visita ao Estado. Para tanto, uma comissão formada por pesquisadores e professores da Universidade de Yunnan se reuniu, nesta segunda-feira, 22, com o vice-governador Daniel Vilela (MDB), no Palácio Pedro Ludovico.
“Pesquisadores e professores de uma importante universidade da China, de Yunnan, cujo principal objeto de pesquisa deles hoje é a produção de arroz vieram a Goiás, e terão uma longa agenda para poder conhecer o que há de mais moderno de tecnologia de produção de arroz, seja por irrigação de terras altas, com o pivô central, ou por inundação, que nós temos aqui também”, acentuou Daniel Vilela, ao Jornal Opção.
Além do interesse na técnica de produção, o vice-governador destacou que a China é o maior parceiro comercial de Goiás. O país asiático é responsável por 70% de todas as exportações do Estado. Atualmente, o Estado possui mais de 280 mil hectares para a produção imediata de arroz.
“Nós acreditamos que há muito potencial para crescer e, naturalmente, o arroz ser mais um produto com o qual possamos estabelecer parcerias internacionais”, disse. “E Goiás vem crescendo a cada ano retomando o protagonismo da produção de arroz. Em razão disso, que a embaixada chinesa também direcionou para que também os pesquisadores e professores desta importante província possam estar aqui sendo recepcionados e reconhecendo a produção de arroz”, emendou.
No ranking nacional, Goiás é o terceiro em produção de grãos, com reserva de cerca de 16 mil hectares apenas para o cultivo de arroz. Para se ter ideia, a expectativa é expandir para 100 mil hectares nos próximos anos. Os destaques são para os municípios de Flores de Goiás e Luiz Alves, que juntas ultrapassaram 86 mil toneladas produzidas.
Produtividade
A colaboração para a ampliação da produção goiana é feita por meio das pesquisas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão e da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater). Com tanta tecnologia, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo, acredita que é possível “conseguir ampliar a produção em dois a três anos para garantir a autossuficiência em relação à produção e ao consumo do grão”.
Sobre a missão chinesa a Goiás, Leonardo pontua que é extremamente importante, “para entender quais demandas e características são buscadas pela China para desenvolver um produto nessas condições”.
Nesse contexto, o chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Élcio Guimarães, lembra que na década de 1970, Goiás já era autossuficiente em produção do grão, mas ao longo dos anos a cultura de milho e soja ganharam mais espaço. Segundo ele, agora, a intenção é recuperar essa condição de produção para suprir o mercado interno e exportar o excedente. “O arroz, pelos custos de produção e o preço, é a cultura mais rentável que existe. Não tem soja, não tem milho, não tem algodão: nenhuma cultura no estado de Goiás é tão rentável como o arroz hoje”, explicou.
O presidente da Agrodefesa, José Caixeta Ramos, completou que o Estado está preparado para produzir um arroz de melhor qualidade. “Sanitariamente, nós temos técnicos capacitados para elaborar, buscar informações e realizar pesquisas junto com a Embrapa e Emater, para que tenhamos as medidas fitossanitárias importantes para prevenir as doenças e pragas dessas lavouras”.